Vamos tentar responder alguns leitores sobre o assunto, lembrando que o conceito de sustentabilidade era visto como um ideal utópico e de pouca aplicabilidade prática. Nestes praticamente 40 anos depois, se incorporou ao cotidiano da sociedade tal fato em razão de vivermos em mundo que mudou o local de moradia cada vez mais urbano, onde equilibrar nossas demandas com os recursos disponíveis tornou-se um grande desafio da humanidade. Isto porque um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) onde apontada uma estimativa que, até 2050, pelo menos três quartos (75%) da população mundial estarão vivendo em cidades, ao contrário do início do século XX, onde de cada 10 pessoas, nove moravam e trabalhavam no campo. Fazendo uma análise se por um lado o fato de termos um número enorme de habitantes em áreas densamente povoadas ajuda a organizar os eixos de infraestrutura envolta do planeta, o que essa ocupação gera efeitos colaterais, como um alto índice de doenças, criminalidade e grande efeito de poluição. Daí surge o aspecto que esse caminho sem volta nos traz como suprir necessidades das gerações atuais sem afetar as futuras?

Segundo a Engenharia Civil Dra. Clarice Menezes Degani, que tem formação em sustentabilidade, as estratégias de construção e gestão predial (condominial) poderão fazer toda a diferença nesse cenário. Pelo seu excelente trabalho junto a diversas organizações, ela aponta a necessidade de desenvolvimento de estratégias que minimizem os impactos de um canteiro de obras. Onde deve ser adotar medidas que visem reduzir o desperdício de materiais e a emissão de poeira e os incômodos a vizinhança.

A Dra. Clarice Menezes comenta que um bom projeto de arquitetura e de instalações prediais por si só, já deveria ter compromisso degarantir soluções de desempenho que possam assegurar a sustentabilidade das edificações. Um edifício sustentável de fato apenas consegue tirar proveito de todas as soluções de sustentabilidade nele embarcadas se houver uma gestão condominial (predial) eficiente. Para isso deve haver um sistema pautado pela capacitação profissional, com contratos dos serviços vinculados a desempenho, rotinas de monitoramento de consumo, emissões e qualidade dos ambientes, entre outros fatores.

As gestões condominiais precisam se profissionalizar para que possam ter em mãos um levantamento dos consumos de agua, energia e gás em seus condomínios, visando obter os indicadores de consumo locais, não apenas para serem exibidos aos condôminos, mas sim, a partir desse conhecimento é que poderão ser identificadas melhores práticas a serem adotadas pelos condomínios para sua redução. Com o exemplo citamos para economizar agua, o primeiro passo é o diagnóstico dos sistemas consumidores do condomínio. A partir desse diagnóstico, o síndico (gestor) passa a ter conhecimento dos pontos de maior consumo, identifica eventuais pontos de vazamentos, e poderá escolher as soluções em sistema prediais, em equipamentos ou até mesmo em simples mudanças de rotinas operacionais nas atividades de limpeza, para reeducação no consumo de agua. A adoção de hidrômetros setorizados em longos trechos de distribuição e nas unidades autônomas torna-se essencial para que haja um padrão único de uso em todas as unidades, uma vez que o sistema hidráulico precisa ser fiscalizado e deve ser idêntico em todas as unidades, principalmente no que se refere a vasos sanitários, ou seja, mesmo tipo de descarga.

Obrigado, continuem comunicando conosco através do e-mail: tirandotodasduvidas@gmail.com e fale com o consultor Flávio Almeida Chaves Pereira.

Até o próximo.




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