Cidadãos transformaram obstáculos da vida em ajuda ao próximo

Experiências difíceis e desafiadoras que surgem ao longo da vida podem se tornar um obstáculo e fazem você desistir. Porém algumas pessoas tiram forças da própria situação para conseguir enfrentá-las. Este é o caso da Marlene Ferreira Cardoso, diretora-presidente do Instituto Vitória, e do Marcus Alcântara, idealizador do projeto Mãos Amigas.

A chegada de um filho é uma bênção tão aguardada pelos pais e familiares por nove meses. Porém, os primeiros minutos desses pequeninos podem ser desafiadores. “Minha filha, Vitória, foi vítima de um erro médico na hora do parto e nasceu com paralisia cerebral. Devido à condição dela, meu ex-marido resolveu abrir o Instituto”, relatou Marlene.

Em junho de 2010, a Associação de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais (AAPNE), como era chamado o Instituto no início de suas atividades, começou o trabalho, fazendo reparos e reformas nas cadeiras de rodas e banho para auxiliar as famílias que não tinham poder de aquisição para obtê-las.Atualmente, a instituiçãoatende 69 pessoas e fornece assistência social, além de prestar atendimentos, como fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia a pessoas com deficiência.

Após anos de trabalho, a família sofreu outro baque. Em 2016, próximo de completar 17 anos, Vitória faleceu. “Por conta das outras crianças que a gente atendia e por amor, a gente resolveu dar continuidade”, ressaltou a diretora-presidente do Instituto Vitória.

Além do auxílio médico, o Instituto Vitória também realiza doação de cestas básicas, leites e fraldas para as famílias dos assistidos. A instituição se mantém com a ajuda de um telemarketing, voluntários, doadores mensais e parceiros. “A gente não possui ajuda do poder público. Contamos com doações de amigos, pessoas que conhecem o nosso trabalho e de empresas que pagam fisioterapeuta, psicólogo e assistente social para gente. Precisamos muito da ajuda das outras pessoas”, afirmou Marlene sobre os desafios enfrentados pela instituição.

O Instituto Vitória aceita doações de cestas básicas, cadeira de rodas, cadeira de banho, fraldas, leite e roupas. Para realizar uma doação em dinheiro, o interessado deve depositar na conta da instituição – Agência: 1536; operação: 013; c/c: 12153-2. “As pessoas podem nos conhecer melhor através da nossa página no Facebook ou pelo site. Também pode nos fazer uma visita”, finalizou. Instituto Vitória fina na Rua Bernardo Mascarenhas, nº 1780, no bairro Fábrica, zona Norte, e o telefone é 3221-8514.

 

ESTENDA A MÃO, AJUDE O PRÓXIMO

O projeto “Mãos Amigas” foi criado em 21 de dezembro de 2012 e sua primeira ação foi um jogo beneficente em prol da Santa Casa e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) da cidade de Lima Duarte. Ao longo dos seis anos de trabalho, o “Mãos Amigas” atendeu famílias e instituições de Juiz de Fora, São João Nepumuceno, Descoberto e Maripá de Minas, além de Lima Duarte. Mas, o projeto, idealizado pelo militar do Exército e graduando em Fisioterapia Marcus Alcântara, poderia ter outra história, ou melhor, nem começado.

“Meu pai tinha fábrica no Rio de Janeiro. No dia do pagamento, dois funcionários foram armados e mataram o meu tio, irmão do meu pai, mas não quiseram matar minha mãe, meu irmão de dois anos e eu, que tinha apenas seis meses”, relembrou Alcântara sobre a primeira vez, que para ele, Deus lhe estendeu a mão.

Após o incidente a família retornou a São José dos Lopes, distrito do município de Lima Duarte. Aos 14 anos, Marcus foi para Belo Horizonte tentar carreira no futebol, mas devido às dificuldades da época não conseguiu se manter e retornou para casa. “Para conseguir estudar, eu vendia doce e queijo em Juiz de Fora. As pessoas compravam para me ajudar e incentivar que eu continuasse a estudar”, contou.

Em seguida, entrou para o Exército, onde ele relatou que também recebeu ajuda de outras pessoas. Mas a paixão de menino pelo futebol não morreu e, por isso, lhe rendeu contatos com jogadores profissionais. “Eu precisava retribuir Deus, precisava devolver tudo que Ele me deu e pensando nisso, conclui que seria estendendo a mão para outras pessoas. Aproveitei os contatos que eu tinha, principalmente com os jogadores, para ajudar”, destacou.

O idealizador do “Mãos Amigas” afirmou que a Santa Casa de Lima Duarte já recebeu mais de R$100 mil de materiais, como maca para centro cirúrgico, cadeiras de rodas e muletas. Além disso, o projeto já ajudou a custear tratamento na Tailândia para duas pessoas.“Eu prefiro não trabalhar com doações em dinheiro, só em último caso. Por exemplo, se preciso de uma cadeira de rodas, peço que a pessoa me envie uma e não o dinheiro para que compre.Além disso, promovemos jogos beneficentes no qual o dinheiro arrecadado na portaria é destinado a uma instituição ou dou uma camisa de algum jogador para que seja feito leilão ou rifa”, disse.

O projeto “Mãos Amigas” foi criado em 2012 e visa promover jogos beneficentes no qual o dinheiro arrecadado é destinado a alguma instituição que esteja necessitando de apoio. Foto: Divulgação

Alcântara coordena as ações do “Mãos Amigas” apenas com o auxílio da esposa, Rachel, e dos filhos Gabriel, 11 anos, e a Rafaela, 7 anos. “O importante é que meus filhos cresçam com este exemplo. Vejam pessoas que têm ou tiveram uma oportunidade melhor na vida estendendo a mão para aquelas que por algum motivo não tiveram a mesma chance ou passam por momentos de dificuldades. Espero que eles deem continuidade”, afirmou o idealizador do “Mãos Amigas”. “Também preciso agradecer a compreensão da minha esposa, pois preciso dedicar muito tempo ao projeto devido a continuidade de solicitações que eu recebo”, acrescentou.

Para solicitar ajuda do “Mãos Amigas” ou se você deseja auxiliar alguém, basta entrar em contato com Marcus através dos perfis @marcus_alcantara_41 ou @maosamigas.brasil no Instagram ou pelo telefone (32) 99174-7123.




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