A Comissão Especial Minha Casa, Minha Vida, da Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF), completou um ano de trabalho neste mês. Em parceira com o Conselho Municipal de Habitação, a Comissão tem como finalidade buscar soluções para os problemas que envolvem o programa habitacional do Governo federal.
A implementação da Comissão surgiu como uma das ideias de trabalho após a realização de uma audiência pública, que tratava dos problemas no empreendimento, na Câmara Municipal em junho de 2017. Semanas depois foi criado grupo que é formado pelos vereadores Mello Casal (PTB), Charlles Evangelista (PP) e Marlon Siqueira (PMDB). “A instalação da Comissão nos permitiu através das nossas reuniões a aproximação com os órgãos envolvidos no Minha Casa, Minha Vida”, destacou o presidente do grupo, vereador Mello Casal.
Após um ano de encontros e trâmites, a Comissão trouxe a primeira solução para os moradores do condomínio Vivendas Belo Valle, no bairro São Geraldo, zona Sul, a individualização dos serviços de água e esgoto. “Isso faz com que solucione um problema grave. A água era cobrada do condomínio e então se algum morador estivesse inadimplente prejudicava os demais porque poderia acarretar problemas no fornecimento de água. Com a individualização, cada um será responsável pelo seu consumo”, esclareceu Luiz Fernando Sirimarco, presidente do Conselho Municipal de Habitação.
Há cerca de uma semana, foi assinado um acordo entre a Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) e a Caixa Econômica Federal no tangente à individualização dos serviços de água e esgoto no empreendimento. “O prazo [para o início dos trabalhos] será estabelecido pela Cesama. Precisam ser acertados alguns detalhes, por exemplo, os moradores serão chamados novamente a Companhia para tratar de algumas tratativas e é necessário fazer o levantamento de apartamentos que foram invadidos. Porém, esperamos que dê certo para que possamos implementar nas demais unidades habitacionais que há na cidade”, complementou Mello Casal.
Ainda em relação aos dos serviços de água e esgoto, o parlamentar ainda informou que será implementado um projeto piloto no Residencial Araucárias, no bairro Sagrado Coração, zona Sul, e no Residencial 24 de Junho, no bairro São João, zona Norte. “Será instalada medição eletrônica em um bloco de cada um dos residenciais. A Cesama já verificou com a Arsae [Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais] e o projeto será financiado pela Caixa. Também se der certo, será expandido para os demais”, afirmou o vereador ao destacar que o projeto será também testado pela primeira vez entre os conjuntos habitacionais de todo o Brasil.
Os trabalhos da Comissão também renderam bons frutos para a filial da Caixa Econômica do município. “Estamos em primeiro lugar no ranking, dentre as cidades de todo o país, devido a resoluções de problemas nesses empreendimentos”, ressaltou Mello Casal.
PRÓXIMOS DESAFIOS
O presidente do Conselho Municipal de Habitação, Luiz Fernando Sirimarco, relembrou que ainda há outras demandas importantes e que guiarão os próximos passos. “Temos as questões dos vícios construtivos, a segurança e a reintegração de posse. Em relação aos vícios construtivos, estamos discutindo para que haja uma solução, pois temos, por exemplo, locais com defeitos no telhado. É preciso que tenha a responsabilização para que haja a solução do problema”, disse Sirimarco.
O impasse deste item é quem deveria ser responsabilizado pelos danos estruturais das unidades: a Caixa Econômica, administradora dos recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) que são usados para viabilizar a construção de unidades habitacionais, ou as empreiteiras responsáveis pelas obras.
“Quanto à segurança, temos discutido muito e ainda vamos debater mais devido à importância do tema. Vai demorar um pouco, mas a gente espera que tenhamos resultados em breve”, acrescentou Sirimarco.
No que diz respeito à reintegração de posse, o vereador Mello Casal, disse que também precisará de mais tempo para realizá-las. “Houve mudanças devido a portarias ministeriais, estamos estudando para saber como serão os procedimentos para reintegração”, explicou.
Comissão Especial Minha Casa, Minha Vida, como salientou o vereador, não tem prazo para concluir os seus trabalhos. “A comissão foi de grande valia, principalmente devido ao suporte dado ao Conselho Municipal de Habitação. Esperamos dar continuidade ao trabalho e melhorar a qualidade dessas pessoas”, finalizou.