Essa semana vamos terminar a nossa série sobre turismo em vinícolas no Brasil. Com cerca de 89 mil hectares de área coberta por vinhedos (dedicados ao cultivo de uvas viníferas e comuns) e grande potencial de crescimento, a terra do samba, do futebol e do Carnaval vem despontando nos cenários nacional e internacional não só como exímia produtora de vinhos finos e artesanais, mas, também, como um excelente destino turístico nesse seguimento, atualmente em plena ascensão. Nossa próxima rodada, o vinho do Nordeste.
Fruto da região onde o sol brilha forte mais de 300 dias por ano, o enoturismo do Vale do São Francisco é uma rota sem igual em qualquer outro lugar do mundo por provar que no semiárido também é possível florescer safras excepcionais, responsáveis pela fabricação de vinhos repletos de personalidade.
Abrangendo uma área em torno de 500 hectares de vinhedos destinados à vitivinicultura, os quais, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), produzem cerca de 4 milhões de litros de vinhos e espumantes finos por ano, o destino, margeado pelas águas do Velho Chico, vem se firmado não só como produtor, mas como um exímio anfitrião dos aficionados pela bebida.
Única região do país capaz de produzir mais de duas safrasde uva ao ano, no Vale do São Francisco é assim: o vinho é sempre abundante, o que é uma ótima notícia para os enófilos de plantão que também procuram por paisagens paradisíacas, excelente infraestrutura turística de serviços, deliciosa culinária regional e incontáveis opções de lazer e entretenimento.
Formado por diversas cidade dos estados de Pernambuco e da Bahia, neste tour pela rota do vinho e da uva no Nordeste brasileiro nosso primeiro ponto de partida será Petrolina, município pernambucano que permite fácil acesso a distintas combinações de roteiros que compartilham o mesmo dom : transformar a viagem de qualquer pessoa em uma vivência inesquecível.
Porta de entrada para o Vale do São Francisco, Petrolina éuma cidade com cara de grande metrópole que não perdeu o charme típico dos destinos interioranos. Tida como grande referência no setor de fruticultura nacional, a segunda maior produtora de uvas do Brasil tem o talento indiscutível de receber seus convidados de braços abertos, oferecendo a eles uma lista imensa de atrativos, que, fora o enoturismo, englobam a beleza arquitetônica de monumentos como a Catedral Matriz e as construções históricas da Rua Barbosa Lima, conhecida como Petrolina antiga; as iguarias gastronômicas preparadas com carne de bode, que podem ser conferidas de perto no Bodódromo; o icônico e divertido Museu do Sertão e o agradável parque Zoobotânico da Caatinga, para citar apenas alguns exemplos.
Vinícola Rio Sol – localizada a 68 km de Petrolina, a vinícola, batizada com o nome de dois símbolos do Vale do São Francisco, é uma das mais famosas de toda a região. Com 120 hectares de área plantada e algo em torno de 1,5 milhão de uvas colhidas por ano, o empreendimento pertencente à portuguesa Global Wines oferece aos visitantes uma cartela diversificada de produtos e atividades que vão do campo à fábrica, pensados em cada detalhe para agradar a todos os gostos e perfis de turistas.
Dividida em pacotes temáticos – o tradicional, pôr do sol, da rota dos vinhos e roteiro acadêmico, por exemplo -, de acordo com a opção escolhida é possível participar de visitas guiadas pelas instalações, fazer passeios de catamarã com degustação de espumantes, parar para um refrescante banho de rio, saborear um almoço regional regado a vinho e iguarias típicas, comprar as fabulosas bebidas autorais e ter acesso a demais surpresas muito similares ao ciclo da uva como um todo, o qual sempre termina da mesma forma: com o tradicional “tim-tim” das taças.
Símbolo de cultura, gastronomia, religião, geografia, ciência, tecnologia, arte e outros setores arrematados ao longo de sua história, o vinho carrega, em sua essência, toda a expressão do povo e do lu
gar envolvidos em seu modo de produção. Não é de se admirar, portanto, que a bebida considerada quase um elixir dos deuses, tenha tantas classificações, graduações alcoólicas, apresentações e singularidades, as quais traduzem, em sabor a identidade de diversas nações, incluindo o Brasil – segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o país conta 1,1 mil vinícolas e já é considerado o quinto maior produtor da bebida no Hemisfério Sul.
Você sabia?
– Estudos científicos comprovam: o consumo moder
ado do vinho, repleto de propriedades antienvelhecimento, pode trazer vários benefícios à saúde, como prevenção de doenças cardiovasculares e degenerativas, redução do colesterol ruim e aceleração do metabolismo, além da indescritível sensação de relaxamento e bem-estar.
– Está na legislação nacional: vinho que é vinho vem somente da uva e pode ser dividido em classes (como leve, fino, espumante, frisante, gaseificado, licoroso, composto e de mesa), em cores (tinto, rosado ou rose e branco) e de acordo como teor de açúcar (nature, extra-brut, brut, seco, meio doce ou meio seco, suave e doce).
NOTÍCIAS
PAÍSES DA EUROPA EXIGIRÃO O “VISTO ELETRÔNICO” A PARTIR DE 2020.
Turistas brasileiros e de outros 61 países que viajarem para os países integrantes da União Europeia, como França, Alemanha, Portugal, Espanha e Itália, precisarão solicitar uma autorização eletrônica online. A medida, válida para todos os países da Zona de Schengen (área de livre circulação entre os países europeus), foi aprovada pelo Parlamento Europeu no fim de abril e passa a valer em 2020.
O novo sistema é decorrente das preocupações dos países europeus com terrorismo e com a crise de migração e visa uma melhor gestão das fronteiras.
“Precisamos saber quem está cruzando nossas fronteiras, Desta forma, saberemos quem está viajando para a Europa antes mesmo de chegar aqui” declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na apresentação da proposta.
Como conseguir a autorização eletrônica (Etias)?
Denominado Etias (Sistema Eletrônico para a Autorização de Viagem, da sigla em inglês), o mecanismo se assemelha ao Sistema Eletrônico de Autorização de Viagem (ESTA), utilizado nos Estados Unidos. Para conseguir a autorização, o turista preencherá um formulário online com seus dados pessoais, número do passaporte, antecedentes criminais, histórico de viagens e possível presenças em zonas de conflito. Após este processo, é necessário pagar uma taxa de 7 euros.
A análise de dados acontecerá em poucos minutos, com base na análise de dados das agências internacionais de segurança. Caso aprovado, o visto será emitido junto com o aviso de liberação, que garante uma permissão válida por três anos para viajar a todos os países da Zona de Schengen.
Caso o visto seja negado, será enviada uma justificativa e o interessado poderá solicitar a autorização ou recorrer da decisão em até quatro semanas. A solicitação poderá ser feita no mínimo quatro dias, ou no máximo duas semanas antes da viagem. O Etias será solicitado no embarque no país de origem e na entrada do país de destino.
Quais países precisarão do Etias?
A autorização será exigida para os 62 países que atualmente não precisam de visto para ingresso na Zona de Schengen. Entre eles estão Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile, Paraguai, México, Estados Unidos, Canadá, Japão e até Reino Unido.
Já entre os países que exigirão o Etias estão Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia e Países Baixos.
Quem viajar para países como Croácia, Bulgária, Romênia, Chipre, Irlanda e Reino Unido não precisará da autorização. Mas vale ressaltar que para sair de um desses países com destino a outro da na Zona de Schengen, o passageiro precisará da autorização prévia, assim como quem realizar escala ou conexão em algum dos países que possuem a exigência.