Após duas prorrogações, a Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), através do setor de imunização e por orientação do Ministério da Saúde (MS), ampliou a vacinação a partir da última segunda-feira, 25, para crianças com idades entre 5 a 9 anos e adultos de 50 a 59 anos.
Na cidade, até o momento, 91,66% do público-alvo receberam a dose contra gripe. O grupo de crianças continua sendo o de menor cobertura, com 17.243 doses aplicadas, equivalente a 64,25 % do total, seguido das grávidas, 64,49%.
A meta de 90% foi atingida em todos os demais grupos prioritários, como trabalhadores da saúde, 107.12%; puérperas, 96,37; idosos, 97,40%; e profissionais de educação, 115,58%.
Em seu portal de notícias, o Ministério da Saúde (MS) faz um alerta: mais de 40 crianças com até 5 anos já morreram no Brasil este ano vítimas de complicações relacionados à gripe. “Os dados são maiores que o dobro do mesmo período do ano passado, quando foram 14 mortes, e acende um alerta para pais e responsáveis levarem os pequenos aos postos de vacinação”, chama a atenção o comunicado.
Marcilene Costa, supervisora do Setor de Imunização da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, reforça que as doses de vacina continuam disponíveis e alerta para a situação das crianças. “É muito importante as crianças serem vacinadas, principalmente a criança que nunca recebeu a vacina da gripe, até mesmo aquelas menores de 5 anos, por que elas estão ainda em formação do sistema imunológico. Estamos em um período muito seco e frio, um período de fácil propagação do vírus”, informou.
Ela também explica um dos fatores que facilitam o contágio da doença entre crianças. “Geralmente essas crianças estudam em creches, ambientes fechados, convivendo com outras crianças e adultos que podem estar resfriados. Assim, como o sistema imunológico está em formação, é importante que ela esteja protegida antes que entre em contato com o vírus”, ressaltou.
As crianças são sempre as mais frágeis em relação ao vírus, tanto que o número de mortes por conta da gripe preocupa os agentes da área de saúde. “Temos dados de óbitos de crianças devido à gripe. Independente do vírus há um número grande de internação e em muitos casos, o quadro das crianças pode piorar, devido uma sinusite ou pneumonia, ela vai para uma Unidade Intensiva de Tratamento (UTI) e a situação acaba evoluindo para o óbito, tudo por causa dessa fragilidade”, explica Marcilene.
Muitos pais e responsáveis ficam preocupados com os efeitos colaterais que as vacinas podem causar em quem recebe, aliado a isso, diversos tipos de boatos em relação à vacinação também se espalham através da internet. Tais fatores também contribuem para a queda na cobertura vacinal contra doenças.
A supervisora destaca a segurança da vacina e explica as possíveis causas de efeitos colaterais. “Essa vacina da gripe é bastante segura por que ela é composta por vírus inativos, ou seja, vírus mortos. Às vezes o que a criança apresenta, pode ser por conta de um resfriado já incubado. E não é porque uma criança apresentou uma reação que a outra também vai apresentar. Cada organismo vai responder de uma forma. O Ministério da Saúde tem melhorado bastante a qualidade das vacinas e o número de eventos adversos é muito menor do que o benefício que a vacina traz”.
Com a queda no número de pessoas vacinadas, muitas doenças podem retornar a afetar a vida da população. De acordo com Marcilene, “doenças que já tínhamos conseguido controlar como é o caso da coqueluche, sarampo, estão retornando por que os pais e responsáveis estão deixando de vacinar seus pequenos. Assim, eles acabam contraindo essas doenças. Infelizmente muitos não têm dado a importância que deveria ser dada às vacinas”, finalizou ela.
Para a médica do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SS, Sônia Rodrigues, a imunização é fundamental para boa saúde coletiva. “Além do calendário e programa brasileiro de vacinação ser referência, é importante lembrar que através da vacinação já conseguimos erradicar várias doenças, como a poliomielite, no Continente Americano, e a varíola, em todo o mundo”. Sônia explica, ainda, que a imunização evita a propagação do vírus, desse modo, quanto mais pessoas vacinadas, menor a chance de surtos da doença. “Por isso, precisamos pensar no coletivo. No que é melhor para a nossa população”.
As vacinas estarão disponíveis nas 63 unidades básicas de Saúde (UBS); no Posto de Atendimento Médico (PAM) Marechal, térreo; e nos departamentos de Saúde da Criança e do Adolescente (DCSA), na Rua São Sebastião, 772, Centro (para as crianças), e do Idoso (DSI), na Rua
Batista de Oliveira, 943, Centro, quase esquina com Avenida Itamar Franco (para pessoas com mais de 60 anos).
A vacina ofertada é a trivalente, que protege contra os três subtipos da influenza: H1N1, H3N2 e influenza B. Composta por vírus inativados, ou seja, mortos, é segura. A dose é contraindicada para pessoas que têm histórico de reação grave a doses anteriores ou alergia grave a ovo de galinha. É recomendado adiar a vacinação por dez dias nas pessoas que apresentam doença aguda grave.