Contemple apenas o Bem

Acredite na essencial bondade de todas as pessoas com as quais você irá deparar durante o dia de hoje. Por mais desagradável que seja o aspecto com que uma pessoa se apresente diante de você, não a odeie nem a despreze. Em vez disso, creia que o aspecto desagradável dessa pessoa é o reflexo de algum pensamento desprezível que você mesmo abriga – ou abrigou no passado em algum cantinho de sua mente, e examine a si mesmo. E, contemplando com os olhos da mente a Imagem Verdadeira que existe no âmago dessa pessoa, reverencie-o.
Seja rigoroso consigo mesmo e generoso com os outros, mas não com a presunção de que você é suficientemente forte para suportar o rigor, ao passo que os outros não o são. Seja severo consigo mesmo, admitindo que, se não consegue enxergar a perfeição que existe desde o princípio em todas as pessoas, é porque você próprio mantém turvos os seus olhos da mente. Isto é, você deve ser rigoroso consigo mesmo a fim de reconhecer os erros que vinha cometendo, e com isso libertar-se deles.
No caso de apontar os erros de uma pessoa com o intuito de regenerá-la, não o faça em tom colérico e com a fisionomia carregada de ira. É melhor ficar calado do que apontar os erros de alguém com tal atitude.
Somente quando você tomar-se capaz de compreender a pessoa e chorar por ela, você conseguirá regenerá-la sem que ela se sinta recriminada, ainda que você lhe aponte os erros. O ser humano, quando se sente recriminado, fecha-se dentro de si mesmo e recusa-se a aceitar o conselho.

 Em Busca de uma Vida Pura
Amor é o sentimento de que “eu” e “os outros” somos “um”. Fisicamente, cada indivíduo é um ser separado dos outros. Entretanto, por detrás desse aspecto externo, todos os seres constituem uma unidade inseparável, pois fluem neles a mesma Vida. Amar é compreender isso intuitivamente, sentir pelo próximo uma profunda ternura, o desejo de contentá-lo, e a vontade de lhe dedicar tudo que é bom. O amor mais amplo é aquele dirigido indiscriminadamente a todos os seres viventes; é aquele em que a pessoa, sentindo em todos os seres vivos a mesma Vida que flui dentro de si, não pode deixar de respeitar e querer proteger todas as criaturas. Os antigos santos eram pessoas que tinham esse amor sublime. Nós, homens comuns, que não hesitamos em comer carne (bovina, suína etc.), aves e peixes, somos seres cruéis que não chegamos sequer aos pés daqueles santos. Eu, pessoalmente, sinto vergonha disso e faço o possível para não me alimentar de carnes, aves e peixes. Recordando os meus tempos de jovem em que, puramente idealista, recusava terminantemente a carne na alimentação, sinto vontade de voltar a ser como outrora. Mas, na vida prática, às vezes é impossível recusar alimentos preparados com carnes, peixes e similares.




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