Pressionada pela alta dos combustíveis, principalmente a gasolina, e da energia elétrica, a inflação – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – fechou maio com alta de 0,40%, praticamente dobrando em relação ao apurado na alta de abril: 0,22%.
Mesmo com o aumento, o resultado acumulado nos primeiros cinco meses do ano ficou em 1,33%, o menor para o período desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Os dados foram divulgados hoje, 8, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que a inflação acumulada nos últimos 12 meses subiu para 2,86% contra 2,76% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio do ano passado, a alta foi de 0,31%.
O IPCA é a inflação oficial do país e serve de balizamento para o plano de metas fixado pelo Banco Central. O indicador acumulado em 12 meses continua abaixo da meta fixada pelo BC: 3%.
O PESO DA ENERGIA ELÉTRICA
A maior contribuição para a alta da inflação em maio, segundo o IBGE, veio do grupo habitação, em decorrência da pressão exercida pela energia elétrica. O grupo, que havia variado 0,17% em abril, fechou maio com alta de 0,83% – expansão de 0,66 ponto percentual e uma contribuição de 0,13 ponto percentual para o IPCA do mês.
Isoladamente, a energia elétrica subiu 3,53% após a entrada em vigor da bandeira amarela e dos reajustes em sete capitais, chegando a 18,53% em Belo Horizonte e a 16,95% em Salvador.
O gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, disse, no entanto, que, embora tenha tido o maior reajuste, o impacto da alta de Belo Horizonte ainda não foi sentido porque os novos preços começaram a valer em 28 de maio, ou seja, perto do fim do período da pesquisa.
A INFLUÊNCIA DOS COMBUSTÍVEIS
Os maiores impactos individuais, para cima e para baixo, foram registrados na gasolina (alta de 3,34%) e nas passagens, neste caso uma deflação (inflação negativa) de 14,71%. O óleo diesel subiu 6,16% e, junto com a gasolina, reflete os aumentos de preços nas refinarias.
No caso do diesel, o IBGE informou que, com a greve dos caminhoneiros e o desconto de 10% no preço do diesel a partir do dia 24 de maio, o último período da coleta registrou preços menores. O etanol manteve a queda de abril (-2,73%), com os preços em média 2,8% mais baratos.
VARIAÇÃO POR GRUPOS
O grupo alimentação e bebidas apresentou elevação de 0,32% em maio. Tanto os alimentos para consumo no domicílio (0,36%) quanto a alimentação fora (0,26%) tiveram aceleração de preços em maio.
Em maio, o grupo dos transportes subiu 0,4%, de um lado pressionado pela gasolina, que, com a alta de 3,34%, contribuiu com 0,15 ponto percentual para a taxa global. Já o óleo diesel teve alta de 6,16% e contribuição de 0,01 ponto percentual. O etanol, que em abril acusou queda de 2,73%, permaneceu na mesma trajetória com os preços, em média, 2,8% mais baratos e com -0,03 ponto percentual de impacto.
NOVOS MUNICÍPIOS
O IBGE informou que, até abril, o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) abrangia as Regiões Metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além de Brasília, Goiânia e Campo Grande.
Agora, já a partir de maio, passou a incorporar também Rio Branco, São Luís e Aracaju. O maior índice de inflação regional ficou com Salvador (alta foi de 1,11% em virtude da variação de 18,45% na energia elétrica), e o menor em Brasília (alta de 0,15% por causa da queda de 13,91% nas passagens aéreas).
O IPCA se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange 10 regiões metropolitanas, além de Aracaju, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Rio Branco e São Luís.
Fonte: Agência Brasil