Com mais de 60% de área coberta por vegetação nativa, cerca de 12% da água doce do planeta, mas de 128 mil espécies de animais, 72 parques federais – fora as estaduais e municipal, aproximadamente 8 mil km de costa litorânea e incontáveis cenários feitos do verde da natureza, o território brasileiro é, sem dúvida alguma, um paraíso cobiçadíssimo pelos amantes de experiências ecológicas.
Continuamos, portanto com mais destinos de ecoturismo, essa semana apresentamos mais três lugares fantásticos.
DOMINGOS MARTIS, no Espírito Santo, estado do Sudeste brasileiro onde sempre dá praia, as montanhas também encontram espaço na paisagem, especialmente na região serrana, estrelada pelo charmoso município de Domingos Martins. De descendência alemã e italiana, o destino preserva importantes heranças culturais e grandes riquezas ecológicas, estando a apenas uma hora de carro da capital Vitória.
Apelidada de “Cidade do Verde” devido à sua vasta área de Mata Atlântica e à diversidade da flora e da fauna – que compreendem mais de 100 mil plantas, 1,3 mil espécies de orquídeas e bromélias e animais como o tucano, a jaguatirica, o sabiá, o macaco-prego e a onça-pintada, por exemplo -, o destino não economiza nos atrativos, sobretudo quando se trata de agradar os fãs de agroturismo, ecoturismo e turismo de aventura.
Nesta cidade presenteada com uma natureza que nem tenta esconder sua beleza, o principal cartão-postal é um monumento rochoso, de 1,8 mil metros de altitude e que carrega a cor do céu tanto no nome como na coloração predominante, que varia de acordo com a incidência solar: A Pedra Azul. Obra de arte mais famosa do Parque Estadual Pedra Azul, este santuário ambiental é o habitat de plantas, animais e das pedras das Flores e do Lagarto, duas relíquias esculturais.
Ótima pedida para interessados em curtir o agradável clima serrano, uma gastronomia de primeira e paisagens encantadoras – conferidas já no caminho para o Parque Estadual Pedra Azul por meio da bucólica estrada de 8,5 km de extensão que integra a Rota do Lagarto – a cidade é o paraíso para adeptos de atividades ecoturísticas, oferecendo desde opções de trilhas e cavalgadas até parapente, alpinismo, rafting, canoagem e rapel, como o realizado na radical queda d’água Cascata do Galo, com 70 metros de altura.
LENÇÓIS MARANHENSES, se a imensidão das dunas e lagoas que cobrem os 155 mil hectares do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses já impressiona em fotografias, pessoalmente, então, não dá outra; é paixão na certa, logo à primeira vista. E que vista, hem?
Tecidos com imenso capricho pela natureza, os Lençóis Maranhenses são formados por um conjunto de ecossistemas que, entre restingas e manguezais, é dominado pelas majestosas esculturas de areia, as quais representam dois terços de sua are a abrigam inúmeros reservatórios cristalinos, constituídos pelo acúmulo da água da chuva.
Barreirinhas, a 254 km da capital São Luis, é o maior polo comercial e hoteleiro da região e, também, principal ponto de acesso a alguns dos cartões-postais mais visitados do destino: o Rio Preguiças e as lagoas Azul e Bonita.
Além de fazer parte do caminho para o parque Nacional, já que é preciso fazer uma travessia de balsa, o Rio Preguiças oferece aos navegantes um apanhado e tanto de atrativos, que incluem mergulhos, contemplação da paisagem local e passeios de voadeiras (embarcação movida a motor) em direção a graciosas vilas de pescadores situadas às suas margens. Algumas delas são Atins, indicada para aficionados por kitesurf, windsurfe e stand up paddle, e Mandacaru, endereço do Farol das Preguiças (ou Farol de Mandacaru), de onde se tem uma linda vista panorâmica.
Com um visual cinematográfico, o passeio pelo maior campo de dunas do Brasil, acessado por veículos 4×4, pode ser dividido em circuitos. Os mais conhecidos são os que passagem pelas lagoas Azul e Bonita, as quais, por sua vez, englobam outras belezas naturais, como as lagoas da Preguiça, da Esmeralda, do Peixe e até a do Clone, batizada assim por ter servido de cenário para a novela de mesmo nome, exibida pela Rede Globo entre 2001e 2002.
Sem espaço para preocupações, o bom é mergulhar neste horizonte feito de areias claras e águas transparentes.
ATACAMA no Chile. Neste destino de charme singular e beleza cênica, difícil mesmo é não cair de amores por esta região que é, ao mesmo tempo, inóspita e rica em vida.
Em meio a dunas, lagoas, montanhas e até mesmo um vulcão, o deserto do Atacama desponta, imponente, como a região mais alta e mais árida do mundo. Sua beleza estarrecedora não tem hora certa para chegar: a fantástica paisagem encontra espaço cativo na memória e no coração de quem a vê pela primeira vez.
Com atrativos ecoturísticos para todos os gostos e com diferentes níveis de dificuldade, partindo de São Pedro do Atacama – cidade situada no norte chileno e próximo da fronteira com a Bolívia e com a Argentina, a primeira para sugerida é, na verdade, uma dobradinha formada pelos vales da Lua e de Marte (este último também chamado de Vale da Morte). O motivo? O cenário, sem traço algum de vegetação, mergulha os visitantes em uma realidade inteiramente nova, que mais parece trazida de outra dimensão.
O Atacama reúne as condições necessárias para assistir de camarote ao extraordinário espetáculo de luzes e cores que toma conta do céu após o cair do sol. E é exatamente por isso que o local é ideal para apaixonados por astroturismo – arte que se dedica à observação celeste e dos elementos espaciais -, sendo palco para a realização de tours temáticos de cair o queixo.
Com uma aura quase mágica, visível a olho nu, o destino acumula outro recorde: o do maior radiotelescópio do mundo. Batizado de Alma. O aparelho, de proporções gigantescas, promete ajudar os astrônomos a ampliar sua compreensão do universo.
Longe de decepcionar, o deserto chileno reserva uma infinidade de atrações, que variam do célebre Solar de Atacama (um dos maiores desertos de sal da Terra) ao azul-turquesa das águas da Lagoa Cejar, passando ainda pela Reserva Nacional dos Flamingos e pelo curioso Geysers Del Tatio, campo geotérmico de onde jorram jatos d’água fervendo. Se possível, vale o Salar de Uyuni, deslumbrante planície feita de sal e com chão branquinho.
DICAS DE VIAGEM
– Posso levar “brindes” do quarto do hotel?
Siga uma dica básica “Tudo o que for reutilizável é do hotel”. Sendo assim, toalhas, roupões e enxoval de cama não devem fazer check-out com você, mas sabonete, xampu e condicionador em pequenos recipientes de plástico e também sachés de açúcar estão liberados, bem como chinelos e pantufas descartáveis.
– Sistemas all-inclusive realmente incluem tudo?
Não. O termo geralmente prega que terá três refeições por dia, mais alguns lanches e bebidas básicas. A maioria dos resorts cobra à parte pela refeição nos restaurantes mais chiques, bem como por bebidas alcoólicas Premium, atividades, passeios, spa, etc. Leia a letra miúda para não se decepcionar.