OAB/JF promove campanha contra o Bullying

Promover a convivência em harmonia de crianças e adolescentes nas escolas, levando o conhecimento do que é o bullying, as maneiras como é praticado e as formas de enfrentá-lo. Com esse objetivo, que a Ordem dos Advogados do Brasil subseção Juiz de Fora (OAB/JF) dá início, no dia 14 de maio, à campanha “Todos Contra o Bullying”. Às 19 horas, no auditório da sede da OAB/JF, situado na Avenida dos Andradas, 696, palestras serão ministradas abordando o tema.

“Inicialmente, vamos apresentar a campanha para as pessoas ligadas à rede de proteção da criança e do adolescente e, posteriormente, vamos alcançar as escolas, levando material interativo e cartilha, explicando o que é o bullying, como é praticado e todas as suas classificações”, explicou o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e do Jovem (OAB/JF), Luciano Franco Ribeiro, que também é um dos palestrantes.

De acordo com ele, o momento de intolerância vivenciado pela sociedade e a quantidade de casos de bullying que acontecem no ambiente escolar, são os principais motivos para falar no assunto. “Nos abraçamos a campanha, pois passamos por um momento de intolerância. Seja ela por opção sexual, religiosa ou política. A nossa intenção é levar isso para as crianças, para que elas convivam em paz e harmonia. O bullying acontece de várias formas, verbal, moral, sexual, social, psicológica, física e, muitas das vezes, está ligado à condição da criança e a sua capacidade de aquisição. Queremos que elas entendam o que é e evitem a prática”, reforçou.

 

MAS, O QUE É O BULLYING?

Segundo a psicopedagoga, Cristina Coronha, o bullying é caracterizado como uma prática repetitiva de um determinado comentário ou atitude, em que um grupo de pessoas exerce uma força, que pode ser física, de ameaça ou psíquica, sobre outro indivíduo. “Quando a gente fala em bullying, temos que pensar em três atores. Aquele que faz, o que sofre a opressão e um grupo, que pelo fato de se calar ou falar, tem responsabilidade. Em uma determinada situação, todos esses personagens precisam ser chamados”, afirmou.

O ambiente escolar muitas vezes é o local que mais acontece ações de bullying. Foto: Rafaela Frutuoso

 

UM EM CADA DEZ ESTUDANTES SOFRE BULLYING

Dados recentes do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) mostram que, no Brasil, um em cada dez estudantes é vítima frequente de bullying nas escolas.  A sala de aula é um dos espaços em que ele acontece, mas a prática não se restringe a esse local apenas. “Em sala de aula pode acontecer, mas, geralmente é camuflado. O problema é maior no período em que as crianças, os adolescentes, estão ociosas. No pátio, durante o recreio e nas outras situações em que eles não estão tendo aula”, explicou a psicopedagoga, Cristina Coronha.

Cristina também afirmou que a prática nem sempre é intencional e pode estar associada a um comportamento repetitivo e fantasioso. “As crianças tendem a repetir o que viram e ouviram. Elas não criam algo. Situações em que vivem dentro de casa, um pai que comentou algo, um irmão que falou alguma coisa, ou algo que viu na internet, pode fazer com que ela leve aquilo para o dia a dia. Por isso, os pais precisam estar atentos aos estímulos externo que mobilizam as atitudes do filho”, ressaltou.

O artigo 5º da lei 13.185, que determina as escolas a adotarem medidas para prevenir e combater o bullying, reforça que “é dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática”. Para Cristina, a primeira ação é investir na formação da comunidade escolar, que envolve pais, professores, coordenadores e os alunos. “É importante que pais e professores dividam as tarefas. Os filhos precisam ser monitorados a todo o momento em casa. Seja nas redes sociais, verificando as postagens, as mudanças de comportamento e, dentro da sala de aula, cabe ao professor ficar atento. A escola também pode criar projetos que envolvam pais, alunos, professores, por meio de campanhas e palestras. Ela precisa cumprir seu papel social para ajudar nessas questões de cunho moral e ético”, disse.

A psicopedagoga salienta que o agressor precisa receber ajuda. “O ser humano que tem necessidade de diminuir o outro, pode estar passando por uma carência grande e estar se sentido fraco, pequeno. Ele esboça, claramente, que falta atenção, amor, carinho, que está se sentido abandonado, essa fragilização merece cuidado: terapêutico, familiar, mas a causa tem que ser investigada”, lembrou.

 

 




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