A Polícia Civil (PC) esclareceu, na tarde desta quarta-feira, 26, um duplo homicídio ocorrido no dia 24 de março, na Vila Olavo Costa, em que dois homens, de 26 e 38 anos foram assassinados na Rua Hortogamini dos Reis. De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, o crime pode estar ligado ao do menino de 13 anos, que teve a mão direita decepada e a esquerda arrancada no mesmo bairro, três dias após os assassinatos. Ele teria sido culpado pela morte do homem de 26 anos, conhecido como “Jacu”.
Segundo Rolli, os autores do duplo homicídio são dois jovens, de 16 e 18 anos, que são irmãos. Eles se apresentaram à polícia na manhã desta quarta-feira. A motivação do crime seria a vingança pela morte de um tio da dupla, possivelmente assassinado por Jacu na mesma rua, há cerca de quatro anos, por conta do tráfico de drogas. “Um dos autores confirmou que presenciou o crime na época. Ele também admitiu que, na ocasião, a família foi ameaçada de morte por Jacu, caso prestasse depoimento. Posteriormente, eles foram expulsos da Olavo Costa e passaram a morar em outros bairros da cidade. Isso teria causado ódio nos dois, que, mais tarde, assassinaram o indivíduo de 26 anos com nove tiros. O de 38 anos acabou morrendo, com três disparos, por estar próximo”, explicou.
INQUÉRITO DO MENINO DE 13 ANOS FOI CONCLUÍDO
As investigações para apurar os autores da tentativa de homicídio contra o garoto de 13 anos levaram a polícia a outro indivíduo, um homem de 23 anos, suspeito de entregar a faca para o irmão, de 28 anos, praticar o crime. Este último homem já estava preso temporariamente no Ceresp, desde o dia 3. “Os dois foram indiciados por homicídio tentado qualificado por meio cruel, em virtude da crueldade do crime. O autor da ação estava preso temporariamente, mas já pedimos a preventiva, enquanto que para o irmão, solicitamos a mesma medida à Justiça. Contudo, ele nega que tenha levado a faca, mas a própria vítima e as testemunhas que foram ouvidas confirmaram o fato”, ressaltou.
CORPO ENCONTRADO NO CAETÉ
A Polícia também já identificou um indivíduo, que é suspeito de ter assassinado um homem de 42 anos, que teve o corpo encontrado em uma estrada de Caeté, zona rural de Juiz de Fora na manhã de segunda-feira, 23, com marcas de violência e carbonizado. O corpo foi reconhecido por familiares na tarde de terça e, mais tarde, liberado pelo Instituto Médico Legal (IML). De acordo com o delegado, a vítima e o suspeito moravam em Três Rios (RJ). O homem teria se deslocado até Juiz de Fora para tratar do conserto de um caminhão Hyundai HR, que ele teria emprestado ao amigo, que se envolveu em um acidente automobilístico.
“Conforme a família, a vítima tinha convivência forte com o investigado. Essa pessoa teria utilizado o veículo e sofrido um acidente, que causou perda total. O local escolhido para o conserto foi Juiz de Fora. Eles marcaram um encontro no domingo, 22, no terminal rodoviário. A vítima saiu de Três Rios às 21 horas e desembarcou na cidade por volta das 22h30. O último contato com familiares foi às 22h44, por WhatsApp”, explicou. “Inclusive, segundo a família, essa pessoa teria garantido o pagamento de R$10 mil à vítima para iniciar os reparos”.
De acordo com o delegado, a família também confirmou que o único motivo que poderia ter feito a vítima vir até Juiz de Fora era o reparo do veículo, uma vez que não ele não tinha ligação com a cidade. “Ele não sofria ameaças ou apresentava comportamento anormal à sua rotina. Tinha pouco contato com a cidade e visitava de forma esporádica. Era uma pessoa tranquila, que não fazia uso de drogas, bebia de forma moderada e utilizava o veículo para trabalhar com serviço de frete”, ressaltou Rolli.
A autoridade policial também disse que já solicitou as imagens ao setor de monitoramento da rodoviária para verificar quem recepcionou a vítima. Ainda, segundo Rolli, a delegacia da Polícia Civil de Três Rios colabora com as investigações. “É provável que a equipe se desloque até a cidade para saber as condições em que o suspeito está e se ele não está foragido. Já pedimos um levantamento prévio à delegacia da cidade sobre o indivíduo”, destacou.
Confira um trecho da entrevista com o delegado.