Considerado um dos investimentos mais importantes na zona norte de Juiz de Fora, o Centro de Artes e Esportes Unificados “Coronel Adelmir Romualdo de Oliveira” (Praça CEU) completa três anos nesta quinta-feira, 15. O espaço, mantido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e gerenciado pela Fundação Cultural “Alfredo Ferreira Lage” (Funalfa), em parceria com a Associação Cultural Arte e Vida (Acav), abriga diversas ações nas áreas de cultura e esporte, sendo considerado modelo bem-sucedido de equipamento urbano.
O aniversário da praça, instalada na Avenida Juscelino Kubitschek, 5.899, Bairro Benfica, será comemorado com atividades durante março, com campeonatos esportivos e espetáculo de teatro e dança. Nesta quinta-feira haverá Oficina de Escrita Criativa, ministrada pela professora Débora Maciel (mestre em Literatura), com 60 vagas para pessoas com idade mínima de 13 anos.
Nos três primeiros anos de funcionamento, diversos indicadores sinalizam o êxito da Praça CEU, como a frequência às 13 oficinas regulares de esporte e cultura, que oferecem 1.200 vagas e têm 3.678 nomes na fila de espera. As duas quadras de esporte atingem média de 200 empréstimos por mês, quando são cedidos materiais como bolas e raquetes para tênis de mesa. Semanalmente, cerca de quatro mil pessoas de todas as faixas etárias circulam pela praça. Soma-se a isso o baixo índice de vandalismo e violência no espaço.
“Diante de números tão exitosos, nossa responsabilidade como gestores aumenta. Precisamos não apenas manter, mas também estreitar os vínculos com a comunidade da zona norte. Essa sintonia é fundamental para que possamos perceber as demandas e investir no que ainda cabe realizar”, analisou o coordenador-geral do CEU, André Noronha. A parceria e o diálogo são os sustentáculos da gestão eficiente do espaço, e a comunidade tem sua participação garantida por meio do conselho gestor.
Uma das integrantes do conselho é Maria Elizabeth de Oliveira, que há dez anos exerce o cargo de diretora da Escola Estadual “Almirante Barroso”, vizinha à praça: “O CEU oferece aos nossos alunos área de lazer, com espaços cobertos e ao ar livre. Temos certeza de que o equipamento está sempre ao nosso dispor. Sempre que solicitamos conseguimos acessar o anfiteatro e participamos de oficinas pedagógicas. A sugestão da escola também foi considerada na hora da compra do acervo da biblioteca do espaço. Tenho muito orgulho da parceria que construímos ao longo desses três anos.”
A psicóloga Lara Calais, que há um ano e meio desenvolve trabalho no local, também fez avaliação positiva do CEU: “Acho importante a existência do equipamento como forma de a comunidade se apropriar daquilo que lhe é de direito e estabelecer relações de pertencimento. É interessante aproveitar a circulação das pessoas para trabalhar questões ligadas à desigualdade social, lógicas de discriminação e exclusão e a desconstrução dessas realidades, por meio da cultura e da arte.”
Para Márcia Pacienza, 41 anos, a praça funciona como centro propulsor de desenvolvimento para a região: “Toda a zona norte foi beneficiada com o investimento, e até mesmo pessoas de outras áreas da cidade. O local é de fácil acesso, passa ônibus toda hora. Tem aulas para pessoas de todas as idades. Eu faço violão, e minha filha cursa dança. É um espaço maravilhoso. É só vir conferir!”
Com 11 anos, Yasmim Maria Fonseca, aluna de balé e teatro, demonstrou maturidade na avaliação do CEU: “O que acho mais importante é que aqui todas as pessoas podem vir. Tem lugares onde é necessário pagar, então nem todo mundo tem condição.”
Raíssa Silva, 21, destacou outro aspecto: o convívio social harmônico e a possibilidade de aumentar o círculo de amizades. Aluna do futsal feminino, ela afirmou que as atividades no equipamento urbano ajudaram a tirar muita gente da rua: “Aqui, a gente conhece várias pessoas, aprende, ensina, convive… Fazer novas amizades é uma das melhores coisas que acontecem. A praça abre portas não só no esporte, mas também na cultura, além de oferecer serviços.”