Pais reclamam de falta de vagas em creches municipais

Pais de crianças de Juiz de Fora estão reclamando da falta de vagas nas creches públicas da cidade. Desde o ano passado, diversas famílias procuraram o Conselho Tutelar do município para pedir ajuda. A diarista Geralda Maria Aparecida Rodrigues de Paula é uma das pessoas que pediram apoio. Mãe de oito filhos, há cerca de um ano ela tenta matricular duas crianças de 5 anos na escola, mas não encontra vagas.

“Fiquei na fila de espera durante o ano passado todo. Está muito complicado conseguir uma vaga. Acaba que o desenvolvimento dos meus filhos fica comprometido. Ano passado, eles já perderam o primeiro período, será que vai acontecer de novo este ano?”, questionou ela.

E não é só a educação dos filhos que preocupa Geralda. Moradora do bairro Bonfim, na zona Leste, a diarista já percorreu a cidade em busca de vagas. “Fui até o bairro Centenário (zona Nordeste) e nada”, lembra. “Enquanto a criança não estuda, a gente deixa com algum responsável. O problema é que nem sempre essa pessoa está disponível. Costuma eu deixar de trabalhar para cuidar dos meus filhos. A vaga é muito necessária, tanto para o desenvolvimento da criança quanto para nos dar tranquilidade”, afirma.

O Conselho Tutelar estima que cerca de 200 crianças de Juiz de Fora aguardam na lista de espera. O conselheiro Laurindo Rodrigues explica que está previsto na Constituição que é dever do município oferecer creches e escolas de ensino infantil gratuito para todas as crianças. “A matrícula é obrigatória por lei, mas as turmas estão todas cheias. O trabalho do conselho é combater a evasão escolar, mas, a partir do momento que vamos cobrar os pais sobre a ausência dos filhos na escola e a vaga não está disponível, todo o serviço fica prejudicado”, disse.

Outro problema apontado por Rodrigues é que a vaga disponibilizada nem sempre atende à necessidade dos responsáveis pela criança. “O que vem acontecendo com frequência é uma vaga sair em uma escola da zona Norte, por exemplo, para alunos que moram na zona Sul. Fica praticamente inviável para os pais, pois eles terão ainda mais gastos com a locomoção de um bairro para o outro”, reforça ele, acrescentando que o Conselho já encaminhou ofício para a Secretaria de Educação (SE) do município, solicitando providências.

 

ESCLARECIMENTOS

Em nota, a Secretaria de Educação informa que, em 2017, assim como em todos os anos, foi realizado o cadastro escolar, estratégia de chamamento para os interessados em ingressar na rede pública este ano. “Dos 7.026 cadastros realizados, todas as matrículas foram efetivadas. Após a matrícula, as escolas recebem o interesse de matrícula dos alunos não cadastrados, e encaminham à SE para reorganização de turmas já existentes, ou abertura de novas turmas. Hoje, são 148 o número de alunos que se encontram nesse processo de rastreamento e que em breve estarão estudando”, esclarece a pasta.

A Secretaria ainda ressalta que, de fevereiro até agora, foram abertas 22 turmas de educação infantil e 12 de ensino fundamental.




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