A partir de março, Cataguases (a cerca de 118 Km de Juiz de Fora) será uma das 135 cidades mineiras que estarão testando um novo método adotado pela Secretaria de Estado da Saúde para o controle e combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Consiste na distribuição, em toda a área urbana, das chamadas ovitrampas, armadilhas que serão instaladas em residências, e que devem funcionar para a captura e contagem de ovos do mosquito Aedes. De acordo com uma avaliação encomendada pelo Ministério da Saúde, este método é considerado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) o de menor custo e melhor eficácia no monitoramento da infestação do inseto.
A ovitrampa tem a forma de um vaso de planta preenchido por água, uma paleta de compensado (onde os ovos ficam presos) e um larvicida biológico, que estimula as fêmeas do mosquito a colocarem seus ovos nos recipientes. A cada sete dias, as armadilhas serão recolhidas e levadas para laboratório, onde os ovos serão contados e colocados em ambiente controlado para a sua eliminação. “Dessa forma, os agentes de saúde conseguem observar de maneira mais rápida e eficiente a quantidade de mosquitos em determinadas regiões, nos permitindo criar estratégias mais eficazes no que diz respeito ao combate e prevenção”, explicou o educador em saúde, Élcio Amaral Ferreira.
Ao todo serão instaladas na cidade cerca de 80 armadilhas, distribuídas entre residências a uma distância de 300 metros cada uma. Depois de utilizados, os recipientes serão trocados, em processo de contínuo monitoramento. Como também destaca Élcio Ferreira, para o sucesso da aplicação desse método será fundamental o apoio da população. “Nossos agentes estão devidamente treinados e credenciados para a instalação dessas armadilhas e ela não representa nenhum risco ao morador. Ao contrário, vai atrair o inseto e evitar, por exemplo, que ele deposite ovos em locais de mais difícil acesso, como as calhas e lajes, permitindo o controle sobre sua procriação, já que o material será recolhido toda semana”, explicou o educador.
Conforme também esclarece o coordenador do Núcleo de Controle de Endemias, Cosme Tadeu Alves da Costa, este método não substitui o Levantamento de Índices Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), mas poderá ser mais rápido e eficaz, uma vez que o LIRAa é amostral e não cobre todos os bairros da cidade. Ele também reforça o apelo à participação da população, aceitando a instalação dessa armadilha nos quintais ou em outras áreas externas das residências.
Vale lembrar que isso também não vai acarretar nenhuma alteração na rotina das pessoas em suas casas, já que o preparo, controle e manuseio dessa armadilha caberá apenas ao agente de saúde. “Embora tenhamos, daqui para a frente, mais uma estratégia para o combate ao Aedes aegypti, a vedação de caixas d’água, a limpeza de calhas, a colocação de areia nos vasos de plantas e a atenção para eliminar outros criadouros do mosquito sempre serão ações preventivas indispensáveis por parte da população. Contamos com a colaboração de todos”, alerta o coordenador Cosme Costa.
Fonte: Assessoria