Aproveitando o tema “volta às aulas”, na manha dessa segunda-feira, 5, a Associação dos Cegos promoveu uma ação de prevenção à ambliopia, disfunção visual causada pelo desenvolvimento anormal de um dos olhos, conhecida como “olho vago” ou “olho preguiçoso”, que acomete crianças durante a primeira infância. A iniciativa contou com cerca de 30 crianças em idade escolar, matriculadas na rede pública municipal, que foram submetidas a exames oftalmológicos.
O médico oftalmologista e diretor clínico da entidade, Luciano Arantes, lembrou que cerca de 33 mil crianças brasileiras são cegas, e que pelo menos 80% das causas de cegueira infantil poderiam ser evitadas ou possuem tratamento efetivo, por isso, a necessidade do diagnóstico precoce. “Essa é uma triste estatística que assombra o país. O grande problema é que às vezes a criança não está enxergando de um olho e acaba não contando aos pais. Quando chega à vida adulta é que a doença é descoberta, mas não tem muito que se fazer. Por isso, a importância da campanha para chamar atenção dos responsáveis a levarem seus filhos regularmente ao oftalmologista”, afirma Arantes, acrescentando que o diagnóstico precisa ser o mais rápido possível, já que o desenvolvimento da visão ocorre somente até os sete anos. “Se descoberta até os sete anos de idade ela pode ser reversível”, reforça.
Arantes também explica que estrabismo, erros refracionais, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, tumores e traumas podem levar ao desenvolvimento da ambliopia. “Os pais devem observar quando as crianças estão lacrimejando muito, coçando os olhos, não conseguem fixar o olhar nos objetos, pois isso pode ser sinal da doença”, revela.
A manicure Yasmin Alhadas Rangel levou sua filha de quatro anos para fazer os exames. Ela conta que até então não havia se preocupado com a visão da menina, mas que, a partir de agora, irá incluir as visitas ao médico em sua rotina. “O atendimento foi muito bom. Cheguei às 7h30 e ocorreu tudo bem. O médico recomendou um novo exame para ela no próximo ano, apesar de ter dito que não há nada de anormal na visão dela”, diz.