Todos os anos, cerca de 40 mil crianças e adolescentes desaparecem no país. A época de volta às aulas é caracterizada pelo aumento na circulação de pessoas nas ruas, e também pela ação de cidadãos mal intencionados, que utilizam o início do período letivo para praticar crimes. Pensando nisso, especialistas, a pedido da reportagem do Diário Regional, deram algumas dicas para evitar essas situações.
A delegada Sheila Oliveira explica que uma situação recorrente nesse período é a superexposição das crianças em redes sociais. Ela alerta que, apesar de vivermos em um mundo conectado, em que é comum compartilhar fotos e informações do cotidiano, os pais devem tomar certos cuidados. “Os pais devem evitar compartilhar no Facebook, Instagram ou em outras redes, as fotos das crianças com uniforme escolar. Com o início das aulas, eles tendem a postar fotografias que fazem alusão ao primeiro dia da criança na escola. Entretanto, as redes estão carregadas de pessoas desconhecidas, que aproveitam essas situações para pegar informações e praticar os falsos sequestros, golpes e até mesmo o rapto real das crianças”, diz.
Sheila lembra que as crianças devem ser orientadas a evitar contato com estranhos. “Tem que ter um cuidado especial e não aceitar nada de pessoas desconhecidas, como balas ou doces. Na saída da escola, os filhos devem aguardar o responsável que irá buscá-lo chegar e não aceitar carona de estranhos”, orienta.
Os pais devem garantir a segurança dos filhos. “Por conta do horário de entrada e saída da escola, os pais param os carros em fila dupla e deixam as crianças atravessarem no meio de outros carros até chegarem ao portão da escola.
Por estarem parados em local irregular, é comum que a tensão de ser multado faça com que eles não acompanhem a chegada dos filhos no colégio. É ai que mora o perigo, pois algum criminoso pode aproveitar essa distração e levar a criança ou ela pode vir a ser atropelada”, lembra.
Caso a criança vá para a escola sem a companhia do responsável, deve optar por andar em grupo. A dica, segundo Luciano Franco Ribeiro, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Crianças, Adolescentes e Jovens da Ordem dos Advogados do Brasil Subseção Juiz de Fora (OAB/JF), é criar uma rede de amigos. “Através dessa atitude, ele irá conhecer os colegas da escola que fazem o mesmo caminho do filho durante a ida e a volta para casa”, afirma.
Ribeiro reforça que zelar pela segurança é uma ação conjunta entre escola e responsável. “A partir do momento em que a criança adentra no colégio, a instituição é responsável. Mas os pais devem garantir que os filhos cheguem até a escola. É uma parceria que beneficia todo mundo”, ressalta.
Em caso de atitudes suspeitas ou sumiço de alguma criança, a polícia deve ser comunicada imediatamente. “Inicialmente, cabe à escola averiguar pessoas suspeitas, o tráfico de drogas no entorno e chamar a polícia. Já os pais que constatarem alguma anormalidade na rotina do filho, demora ao sair da escola ou chegar em casa, também deve imediatamente comunicar às autoridades”, frisa o advogado.
OUTRAS DICAS
– A criança deve saber seu nome completo e os dos pais, seu endereço e o telefone de contato dos responsáveis.
– Os pais devem explicar para os filhos que, se eles se perderem, devem procurar um policial que estiver próximo.
– As mudanças no comportamento dos filhos devem ser observadas.
– Nunca deixe a criança sozinha em locais acessados por desconhecidos.
– Diga para a criança gritar bem alto no caso de alguém tentar levá-la.
– Evite sair com crianças em locais com pouca iluminação.
– Ao estacionar o veículo, certifique-se de que seu filho irá descer em um local seguro.
– Oriente seus filhos a usarem com descrição os celulares, notebooks e outros equipamentos eletrônicos.