Após identificar aumento no número de pessoas que morreram no estado em virtude da febre amarela (nove óbitos confirmados desde julho, conforme o boletim epidemiológico apresentado na quinta-feira, 11) a Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou que irá intensificar ainda mais as ações de prevenção e combate à doença. Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira, 12, na sede da Superintendência Regional de Saúde, o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES/MG, Rodrigo Said, informou que o governo do estado adotou ações emergenciais que visam aumentar a cobertura vacinal nos municípios e combater os vetores da doença . Inclusive, ele reforçou que, ainda na tarde desta sexta-feira, se reuniria com representantes de cidades da Zona da Mata para alinhar as estratégias que serão adotadas.
Cabe ressaltar que, segundo a SES, apenas 81% dos residentes de Minas Gerais são vacinados contra a febre amarela, sendo que o índice considerado ideal é de 95%. A estimativa é que cerca de 3,7 milhões de pessoas ainda não foram vacinadas no estado, especialmente na faixa etária de 15 a 59 anos, mais acometida pelo surto. Apesar de estar longe do esperado, a estatística está acima do que foi presenciado em 2016, em que a cobertura vacinal em Minas era de 50%. Mas ainda assim necessita de reforço, visto que 342 municípios mineiros ainda não atingiram 80% de cobertura. “A maioria dessas pessoas reside em áreas rurais, são do sexo masculino, com idades entre 33 e 60 anos, público prioritário para imunização”, diz Said.
O subsecretário destacou que o estoque do estado, que comporta 1,4 milhões de doses da vacina é suficiente para intensificar as ações. Diferentemente do que tem sido adotado em outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, o fracionamento da vacina não será adotado em Minas, por conta da cobertura vacinal elevada em relação aos outros locais.
Durante o encontro, Said recomendou a vacinação para as pessoas que irão viajar para as áreas onde casos foram confirmados ou estão sendo investigados, com dez dias de antecedência. Apenas uma dose é suficiente para garantir a imunização. A vacina é indicada para crianças a partir de nove meses de idade e adultos de até 59 anos. Gestantes e idosos com mais de 60 anos ou alérgicos a algum componente da vacina devem procurar um médico.
MACACOS MORTOS
Segundo os dados da SES, quatro epizootias (morte de macacos) por febre amarela foram confirmadas na Zona da Mata. Os corpos foram encontrados nos municípios de Mar de Espanha, Santana do Deserto, Matias Barbosa e Simão Pereira. Desde julho de 2017, quando se iniciou a segunda fase de monitoramento, 460 primatas morreram em 114 cidades do estado, sendo que, em 21 delas, a febre amarela foi a responsável pela morte. Outros 26 municípios aguardam análise laboratorial para identificar a causa da epizootia. Nos demais, não foi possível coletar dados devido ao estado de decomposição em que os corpos se encontravam.
CASOS
Das nove pessoas que acabaram morrendo, um dos casos se trata de um homem de 40 anos, que morreu no dia 4 de janeiro após ter contraído a febre amarela em Mar de Espanha, a quase 60 km de Juiz de Fora. Outros dois na região da Zona da Mata estão sendo investigados, em Barra Longa e Goianá. No total, foram 11 casos confirmados desde julho, sendo que seis ainda são investigados.