Prefeito Bruno Siqueira avalia 2017 e projeta metas para o futuro

“Criatividade”. Essa é a palavra que define, segundo o Prefeito Bruno Siqueira (PMDB), as estratégias adotadas pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), em 2017, para driblar a crise econômica que atinge não só o município, mas o país como um todo. Durante participação no programa Mesa de Debates da Televisão Educativa Juiz de Fora (TVE/JF), exibido na sexta-feira, 5, o prefeito fez questão de avaliar os cinco anos à frente da Prefeitura, período marcado por queda na arrecadação municipal.

“A redução se iniciou em 2014, quando a crise atingiu o país. As pessoas não percebiam a instabilidade em virtude do período eleitoral, mas nós já sentíamos queda na arrecadação, principalmente sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que vem do Estado. Isso se traduziu a um Produto Interno Bruto (PIB) com crescimento zero em 2014, e, posteriormente em 2015, o percentual de queda foi de 3,8% e, em 2016, redução de mais 3,6%”, lembrou.

Por isso, apostar na reinvenção foi a forma de encontrar o equilíbrio. “A criatividade foi o discurso adotado no momento que o estado de Minas passa por uma das maiores crises financeiras, que consequentemente nos afetou. O recurso da saúde, por exemplo, não depende somente do município. Ele conta com ajuda dos governos estadual e federal, porém, convivemos com um represamento do repasse muito grande. Se voltarmos no tempo, em dezembro do ano passado, algo inédito aconteceu. O Estado atrasou o repasse do ICMS arrecadado para os municípios mineiros, verba que geralmente é depositada semanalmente, e que só chegou a Juiz de Fora no dia 30, quando os bancos estavam fechados. Fator este que impossibilitou a utilização do recurso para custear as despesas da máquina administrativa”, revelou Siqueira, alegando que a utilização do dinheiro só foi possível na última semana, quando também foram pagos os salários dos servidores públicos.

SAÚDE

Apesar de estar com o ICMS em dia, o prefeito contou que os repasses para serviços de saúde e do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) estimado em mais de R$1 bilhão, também estão atrasados. “O repasse do estado está defasado, o que gera grande problema na prestação do serviço”, disse. Por falar em saúde, Siqueira afirmou que foram adotadas diversas medidas ao longo do mandato para melhorar o atendimento na Atenção Primária. O Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde (PDAPS), lançado em 2014, que normatiza e regulamenta a Atenção Primária é uma delas, além das parcerias firmadas com hospitais privados para otimizar o atendimento e desafogar as unidades públicas.

LIRAA 2017 É POSITIVO, MAS DOENÇAS AINDA PREOCUPAM

Siqueira analisou como satisfatório o Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa) de 0,7%, realizado em outubro de 2017, mas frisou que ainda sim o futuro pode ser preocupante. “Quando temos um ano tranquilo como o passado, temos a falsa sensação de que o problema está controlado, mas esta não é a realidade. Em 2016, tivemos grave epidemia em todo o estado. Foram mais de 500 mil casos sendo que 40 mil eram de Juiz de Fora. O último Liraa é positivo, mas é uma situação que ainda precisa do apoio da população aliado aos trabalhos do poder público. Sabemos que mais de 80% dos focos estão dentro das residências. Se cada um fizer a sua parte e tirar 10 minutos para vasculhar as casas, poderemos colher bons frutos. É uma ação que precisa ser constante”, avaliou.

EDUCAÇÃO CONTINUA SENDO PRIORIDADE

Prioridade na gestão, a educação continuará sendo foco neste ano. Para atender os cerca de 50 mil alunos da rede municipal, duas novas creches nos bairros Igrejinha e Nova Benfica, na região Norte, devem ser concluídas nos próximos meses. “Esperamos aprimorar os índices. Inclusive, temos um projeto, em fase embrionária, em que pretendemos implementar a chamada eletrônica nos próximos anos. Sabemos das dificuldades financeiras, mas essa ferramenta possibilitará para que os pais consultem a frequência dos filhos”, adiantou.

O prefeito também ressaltou a importância do polêmico Plano Municipal de Educação aprovado pela Câmara Municipal. “É importante e necessário para a transferência dos recursos que vem do Ministério da Educação”, afirmou.

GERAÇÃO DE EMPREGOS

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, mesmo que lentamente, nos últimos meses de 2017, Juiz de Fora deu início à recuperação de postos de trabalho, mas que ainda assim o acumulado do ano era negativo. Entretanto, o prefeito ressaltou que a Prefeitura tem agido para mudar a situação.

“O site da PJF, www.seuempregojf.com.br, foi criado para fazer com que as pessoas identifiquem os postos de trabalho existentes. Neste momento, estamos trabalhando para atrair novas empresas. A expectativa é que a maior fábrica de massas e biscoito da América Latina, M. Dias Branco, faça o investimento de mais de R$500 milhões na cidade e gere empregos. Estive com o governador do estado, Fernando Pimentel (PT), que sinalizou positivamente para a construção de uma estrada que ligaria a BR-040 até o local, onde será instalada a indústria. A empresa já adquiriu o terreno e pretende iniciar as obras em 2018”, disse.

SEGURANÇA PÚBLICA

Siqueira reconheceu que a Prefeitura pode auxiliar o estado na manutenção da ordem pública, mas admitiu que isso não pode ser de competência exclusiva do Executivo. “A segurança precisa ser atuada por diversas frentes. O país precisa criar políticas públicas específicas que combatam, por exemplo, o tráfico de drogas, responsável pela maioria dos assassinatos nas cidades. É uma ação conjunta, que reúne governo federal, estadual e município”, reitera.

ELEIÇÕES 2018

Questionado sobre uma possível candidatura a uma cadeira no Congresso Nacional, o prefeito se esquivou. “Em 2016 eu dizia que estava preocupado em administrar a cidade e continuo com esse pensamento. Ainda estamos no início de 2018 e uma candidatura nas eleições estaduais não me preocupa. Também, ainda não discuti isso com o partido. É futuro, que pode ser que aconteça, mas repito, não estou preocupado nem analisando os fatores. A corrida eleitoral ainda está no início e não sabemos nem quais serão os candidatos à presidência. Essa é uma questão importante, mas tem o seu momento oportuno”, assegurou.




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