Casos de homicídios e roubos diminuem em Juiz de Fora

Os casos de tráfico de drogas aumentaram 44,14% em 2017 em relação ao ano anterior em Juiz de Fora. Em contrapartida, o número de crimes violentos, que inclui homicídios tentados e consumados, roubo, estupro e seqüestro com cárcere privado, apresentaram redução. Os dados foram apresentados pelo comandante da 4ª Região da Polícia Militar (4ª RPM), coronel Alexandre Nocelli.

“É um balanço positivo, mas ainda é um desafio para a instituição continuar com essa linha decrescente da violência na cidade. Vamos continuar nesse caminho em 2018 e temos grandes desafios pela frente”, afirmou o militar.

CONFIRA OS DADOS:

TRÁFICO DE DROGAS

Município

2016

2017

%

Juiz de Fora

623

898

44,14

 

“O tráfico de drogas é uma grande questão. A gente sabe que a dinâmica começa no tráfico e termina no homicídio. Por isso, este ano, vamos aumentar ainda mais o combate ao tráfico de drogas. Essa é uma diretriz nossa”, ressaltou Nocelli.

CRIMES VIOLENTOS

Município

2016

2017

%

Juiz de Fora

2.768

1.981

-28,43

 

HOMICÍDIOS CONSUMADOS

Município

2016

2017

%

Juiz de Fora

130

111

-14,62

 

HOMICÍDIOS TENTADOS

Município

2016

2017

%

Juiz de Fora

209

162

-22,49

 

“É uma redução tímida. Temos consciência disso, mas é uma redução. A gente precisa desenvolver essa linha de queda, por isso, vamos tentar implementar um plano de redução de homicídio este ano. Juiz de Fora merece isso”, exclamou.
O militar esclareceu que os dados apresentados são de acordo com os casos registrados pela PM no momento da ocorrência, por isso, se uma vítima morre no hospital em decorrência de uma tentativa de homicídio, ela não incluída no balanço.

“Temos realizado policiamento inteligente, com estratégia correta nos locais corretos. Com isso, aumentamos as possibilidades de prevenção e também tiramos de circulação aqueles autores contumazes”, explicou Nocelli sobre a estratégia aplicada pela PM para repreender os casos de roubo no município em 2017.

No ano passado, 6.894 pessoas foram detidas pela PM em Juiz de Fora, e, em 2016, foram 5.413 indivíduos. Porém, o que tem preocupado os policiais é o aumento de apreensão de adolescentes envolvidos com crimes. Em 2017, foram 1.109 menores apreendidos, contra 906 no ano anterior.

“Essa situação nos preocupa muito, porque cada vez mais é propícia a entrada de adolescentes na violência. Esse fato deveria preocupar a sociedade como um todo, pois estamos perdendo os nossos jovens para a violência. Precisamos fazer um trabalho de prevenção e encaminhá-los a atividades produtivas”, frisou Nocelli.

O número de armas de fogo apreendidas também diminuiu. Em 2016, a PM apreendeu 402 armas e no ano passado foram 359, dentre elas, três submetralhadoras de fabricação artesanal e uma réplica de um fuzil.

Outra ação implementada pela Polícia é listar os autores reincidentes para auxiliar o trabalho. “A gente elege em todas as nossas companhias o top 10, top 20. Eles são autores contumazes, que às vezes estão envolvidos com mais de cinco crimes violentos. A gente os monitora para providenciar a prisão dos mesmos”, afirmou.

AÇÕES DO 2º BPM

O 2º Batalhão de Polícia Militar (2º BPM) é responsável pelo policiamento nos bairros das regiões Central, Nordeste, Leste e Sudeste. Em 2017, os militares do batalhão trabalharam, segundo o comandante interino do 2º BPM, major Marcelo Monteiro de Castro, com o fortalecimento do Disque Denúncia Unificado (DDU).

“O aumento de apreensão de armas de fogo, drogas e prisão de autores que tivemos na área do 2º batalhão posso falar que foi de 100% devido à participação comunitária, através do disque denúncia”, afirmou o major. Segundo o militar, a unidade apreendeu quase uma tonelada de entorpecentes no ano passado.

Em 2017, também foi implementado em bairros atendidos pelo batalhão a rede de prevenção, facilitando a comunicação entre policiais e moradores. “Nós ficamos sabendo o que está acontecendo naquela localidade e a informação que nos chega é de qualidade”, falou.

Os bairros que requerem mais atenção dos militares são Vila OIavo Costa e Linhares, devido aos seus históricos de criminalidade, e São Benedito, bairro que mais registrou homicídios em 2017 na área do 2º Batalhão. “A unidade registrou redução de 16% de homicídios consumados na área. Mesmo assim, o bairro São Benedito é o que mais registrou estes casos, por isso, temos fortalecido o policiamento no bairro e a relação com a comunidade”, ressaltou Castro.

 

AÇÕES DO 27º BPM

Já o policiamento do 27º Batalhão de Polícia Militar (27º BPM) compreende os bairros das zonas Norte, Sul e Cidade Alta. “Nossa preocupação são os bairros com maior incidência criminal. Nós também realizamos a estratégia de repreensão qualificada e de monitorar os principais autores nos bairros Benfica, Vila Esperança, São Mateus e Alto dos Passos”, disse o tenente coronel Oterson Luis Nocelli, comandante do 27º BPM.

Vila Esperança também aparece na lista devido ao seu histórico de criminalidade, principalmente, homicídios. Os demais por conta dos casos de roubo, principalmente nos bairros da zona Sul por terem a vida noturna efervescente.

Os policiais do batalhão também se aproximaram dos moradores através de participação em reuniões comunitárias. Esse estreitamento de relação também aumentou a participação dos moradores por meio de denúncias que resultaram em cumprimento de mandados de busca e apreensão. “Só a prisão não resolve. A gente tem focado também na questão da prevenção com a aproximação da comunidade, levando a sensação de segurança e qualidade de vida”, frisou.

 




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