Feliz virada de ano, de vida, de projetos… Enfim, feliz recomeço!

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A passagem de Ano Novo é o fim de um ciclo, início de outro. É um momento sempre cheio de promessas. E os rituais alimentam os sonhos e dão vida às celebrações. No mundo inteiro, o Ano Novo começa entre fogos de artifício, buzinadas, apitos e gritos de alegria.

A tradição é muito antiga e, segundo acreditam, serve para espantar os maus espíritos. As pessoas reúnem-se para celebrar a festa com muitos abraços, vestem peças de roupa que nunca tenham sido usadas, trocam os lençóis da cama e preparam comidas cheias de símbolos que “supostamente” tragam boa sorte. O costume atualmente é universal e aparece em várias versões.

Esse modelo de “ano novo” só se consolidou na maioria dos países há 500 anos. O tradicional Réveillon, comemorado na maioria dos países na passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro, é relativamente recente. O nosso calendário é originário dos romanos, com a contagem dos dias, meses e anos. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado em 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de abril.

O Papa Gregório XIII instituiu o 1º de janeiro como o primeiro dia do ano, mas alguns franceses resistiram à mudança e quiseram manter a tradição. Só que as pessoas passaram a ‘pregar peças’ e ridicularizar os conservadores, enviando presentes estranhos e convites para festas que não existiam. Assim, nasceu o Dia da Mentira, que é a falsa comemoração do Ano Novo.

A primeira comemoração conhecida ocorreu na Mesopotâmia, aproximadamente por volta de 2.000 a. C. Na Babilônia, a festa começava na lua nova indicando o equinócio da primavera, ou seja, um dos momentos em que o Sol se aproxima da linha do Equador, período em que os dias e noites tem a mesma duração. No calendário atual, isto ocorre em meados de março (mais precisamente em 19 de março, data que os espiritualistas comemoram o ano-novo esotérico).

Os ‘assírios, persas, fenícios e egípcios’ comemoravam o Ano Novo no mês de setembro (dia 23). Já os gregos, celebravam o início de um novo ciclo entre os dias 21 ou 22 do mês de dezembro. Os romanos foram os primeiros a estabelecerem um dia no calendário para a comemoração desta grande festa (753 a.C. – 476 d.C.). O ano começava em 1º de março, mas foi trocado em 153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no “calendário Juliano”, adotado em 46 a.C. Em 1582 a Igreja consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano.

Ainda hoje, alguns povos e países comemoram em datas diferentes, como:

– na China, a festa da passagem do ano começa em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. Os chineses realizam desfiles e shows pirotécnicos. No Japão, o Ano Novo é comemorado do dia 1º ao dia 3 de janeiro.

– a comunidade Judaica tem um calendário próprio e sua festa de Ano Novo ou Rosh Hashaná – “A festa das trombetas” – dura dois dias do mês Tishrê, que ocorre em meados de setembro ao início de outubro do calendário gregoriano.

– na Itália, o Ano Novo é a mais pagã das festas, sendo recebido com fogos de artifício, que deixam todas as pessoas acordadas. Dizem que os que dormem na virada do ano dormirão todo o ano e na noite de São Silvestre, santo cuja festa coincide com o último dia do ano. Em várias partes do país, dois pratos são considerados essenciais: o pé de porco e as lentilhas. Os italianos se reúnem na Piazza Navona, Fontana di Trevi, Trinitá dei Monit e Piazza del Popolo.

– nos EUA, a mais famosa passagem de Ano Novo é em Nova Iorque, na Time Square, onde o povo se encontra para beber, dançar, correr e gritar. Há pessoas de todas as idades e níveis sociais. Durante a contagem regressiva, uma grande maçã vai descendo no meio da praça e explode exatamente à meia-noite, jogando balas e bombons para todos os lados.

– na Austrália, em Sydney, uma das mais importantes cidades australianas, três horas antes da meia-noite há uma queima de fogos na frente da Ópera House e da Golden Bridge, o principal cartão postal da cidade. Todos se juntam no porto e depois se recolhem às suas casas para passar a virada do ano com a família e só retornam às ruas na madrugada, quando os principais destinos são os “pubs” e as praias.

– na França, o principal ponto é a avenida Champs-Elysées, em Paris, próximo ao Arco do Triunfo. Lá assistem à queima de fogos, cada um com sua garrafa de champanhe (para as crianças sumos e refrigerantes). Outros vão ver a saída do Paris – Dacar, no Trocadéro, que é marcada para a meia-noite. Outros costumam ir às festas em hotéis.

– no Brasil: no Rio de Janeiro, precisamente na praia de Copacabana, onde a passagem do Ano Novo reúne milhares de pessoas para verem os fogos de artifício. As tradições consistem em usar branco e jogar flores para “Yemanjá”, rainha do mar para os brasileiros. – na Inglaterra: grande parte dos londrinos passa a meia-noite em suas casas, com a família e amigos. Outros vão à Trafalgar Square, uma das praças mais belas da cidade, à frente do National Gallery. Lá, assistem à queima de fogos. Depois, há festas em vários sítios da cidade.

– na Alemanha, as pessoas reúnem-se no Portal de Brandemburgo, no centro, perto de onde ficava o Muro de Berlim. Tradicionalmente, não há fogos de artifício.

 

Curiosidade

Em Macau, e para todos os chineses do mundo, o maior festival do ano é o Novo Ano Chinês. Ele é comemorado entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro, de acordo com a primeira lua nova depois do início do inverno. Os chineses limpam as casas e fazem muita comida (Bolinhos Chineses de Ano Novo – Yau Gwok, símbolo de prosperidade). Há muitos fogos de artifício e as ruas ficam cobertas de pequenos pedaços de papel vermelho.

Cada cultura comemora seu Ano Novo. Os muçulmanos têm seu próprio calendário, que se chama “Hégira” (em árabe, emigração), cujo Ano Zero corresponde ao nosso ano de 622, pois nesta ocasião o profeta Maomé deixou a cidade de Meca estabelecendo-se em Medina.
A comemoração do Ano Novo judaico, chamado “Rosh Hashanah”, é uma festa móvel no mês de Setembro (este ano foi 6 de Setembro). As festividades são para a chegada do ano 5763 e são a oportunidade para se deliciar com as tradicionais receitas judaicas: o “Chalah”, uma espécie de pão e, além do pão, é costume sempre se comer peixe, porque ele nada sempre para frente.

 

Tradições Portuguesas

As pessoas valorizam muito as festas de Ano Novo, porque sentem o desejo de promover algum tipo de renovação. Nos dias 25 de Dezembro e 1º de Janeiro, costumamos comer uma mistura feita com as sobras das ceias, que são levadas ao forno. O ingrediente principal da chamada “Roupa Velha” é o bacalhau cozido, com ovos, cebola e batatas, regados a azeite.

De uma maneira geral, todo primeiro dia do ano é dedicado à confraternização. É o Dia da Fraternidade Universal. É hora de “pagar as dívidas e devolver tudo que se pediu emprestado” ao longo do ano. Esse gesto reflete a nossa necessidade de fazer um balanço da vida e de começar o ano com as “contas acertadas”.

Deixo vocês com uma pergunta “capciosa”, adaptada de uma música de Roberto de Carvalho chamada “O que você quer”.

 

O QUE VOCÊ QUER

“O que você quer
Você não deixa de querer tão fácil
Bêbado você ainda quer
Em perigo você quer
Perdido, ainda quer
O que você quer

O que você quer mesmo
Permanece em você, todo mundo vê
Na cadeia você não deixa de querer
No hospício não deixa de querer
No inferno, ainda quer
O que você quer

Estará com você quando você se lembrar
O que você quer
Estará em você quando você não se lembrar

O que você quer
Não perde no baralho
Dinheiro não compra
Conselhos não matam
O tempo não toma, o que você quer

Cego você continua querendo
Velho você continua querendo
Onde você estiver continua tendo
O que você quer”

 

Professor Leonardo Barreto Vargas – Psicólogo, Pós Graduação em Psicopedagogia institucional




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