2017 é um ano de estagnação econômica, em que as empresas pouco evoluíram. Apesar das expectativas de que o Produto Interno Bruto (PIB) volte a crescer em 2018, para se tornar grande e/ou competitivas, os empresários precisam agir com cautela e paciência. Por mais que a economia já apresente sinais de recuperação neste resto de ano, especialistas apontam que, além de estar preparado é preciso inovar.
Para que haja uma transformação no cenário econômico, é muito importante estar próximo do público-alvo e conhecê-lo. “De uma maneira geral, as empresas, em todos os setores, estão muito longe dos seus consumidores e isso é ruim. O cliente mudou muito, está informado, exigente, e pouco leal à marca. É fundamental se aproximar e conhecer o que o consumidor valoriza em um determinado produto. Até mesmo quem atua no ramo do comércio eletrônico, se elas não sabem das emoções que estão em jogo, elas não conseguem inovar e sobreviver”, afirma Valter Pieracciani, Sócio-diretor da Pieracciani desenvolvimento de empresas.
A dica também é válida para quem está começando. Conforme Pieracciani é preciso ser oportunista e entender a necessidade do consumidor. “As startups estão tendo muito sucesso, em especial no Brasil, que é um país forte no segmento. Cerca de 340 empresas foram compradas pelo capital estrangeiro. Elas obtêm sucesso, pois nascem a partir de necessidades específicas do consumidor. Os aplicativos, os serviços que são criados, os produtos e soluções apresentados vêm de encontro aquilo que as pessoas querem”, reforça.
Muitas são as tendências para 2018, mas é preciso investir. “A ‘economia grisalha’ é um mercado que está se consolidando cada vez mais. São pessoas de 48 a 56 anos, que possuem alto poder aquisitivo, exigência em relações a seus produtos e querem ser atendidos na sua demanda. O país está começando a entender isso. Outra alternativa é o uso de dados para conseguir compreender o ciclo de produção e venda, o estoque, definir o lançamento de coleções no caso de empresas de confecção, cuidar do relacionamento com os clientes, algo que vai ter grande aceleração no próximo ano. São inúmeras as oportunidades, mas os empresários têm que estar atentos. No campo das emoções, da inovação, o Brasil é muito forte e tem chances de competir globalmente com outros países”, disse.
SETOR DE ALIMENTAÇÃO SE DESTACA
Conforme o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF), Aloísio Vasconcelos Barbosa, das cerca de 15 mil empresas ativas na cidade, as que mais se destacaram foram as do ramo alimentício. “As demais passam por uma fase difícil. Se realizarmos uma pesquisa com os lojistas podemos perceber que a situação não é das melhores. Já o setor de alimentação, que envolve os supermercados, as lanchonetes e restaurante foi o que mais se beneficiou com a situação, muito em função do fato de que os alimentos são vitais na vida das pessoas”, explica.
Outra atividade que cresceu foi a do microempreendedor individual, embora, na visão de Barbosa, eles representem pouco na economia local. “Não temos números concretos, mas cresceu. Logicamente, que a legislação beneficia e estimula o surgimento da categoria. Também é a chance de os empresários saírem da informalidade, mas é um aspecto que pouco representa em nossa economia”, afirma.
A expectativa para 2018 segundo o presidente da ACEJF, é que, aos poucos, os empresários saíram da crise. De acordo com as projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a estimativa para a expansão do PIB é de 1,9%. Para a OCDE, em 2019 a economia brasileira vai crescer mais, chegando a 2,3%. Em 2016, a economia brasileira registrou retração de 3,6%.