A conclusão das obras do Teatro Paschoal Carlos Magno, que há mais de 30 anos aguarda pela finalização dos trabalhos, está próxima de ser concretizada. Conforme a assessoria da Secretaria de Obras (SO) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), os últimos ajustes estão sendo realizados. Em nota, a pasta afirma que “falta fazer o fechamento de vidro da exposição, a instalação da cortina, além de terminar de colocar piso e fazer a limpeza geral”, reitera.
A previsão é de que a obra física fique ponta em dezembro deste ano, para que o teatro seja entregue para a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), que definirá a data inaugural após vistoria e testes. De acordo com a atriz do grupo Divulgação e professora da Universidade federal de Juiz de Fora (UFJF), Márcia Falabella, o teatro é um reforço para as atividades culturais da cidade. “Não sei qual será política cultural do espaço, o perfil que vai será dado, mas a expectativa é que atenda aos artistas da cidade nas suas múltiplas manifestações, como teatro, dança, música, suprindo a carência que vivemos. Além disso, é a oportunidade de trazer espetáculos de médio porte, que possam fazer uma minitemporada na cidade e servir como modelo para o que vai ser feito aqui”, reforça.
Márcia critica o longo período em que a construção do teatro se arrastou. “É impossível pensar que você leva todo esse tempo para construir o teatro. Nos grandes centros culturais de qualquer país você tem quantos espaços culturais? No Rio de Janeiro, em São Paulo, Buenos Aires ou em Paris, você vê uma atividade teatral extremamente efervescente. São mais de 30 anos de espera, é uma luta imensa, e quase que não foi possível recuperar o que havia sido feito”, lembra. Ela ressalta que a conclusão das obras é apenas o começo. “Precisamos lutar para que outros espaços sejam abertos. Não precisa ser palco italiano como o do ‘Paschoal’, mas é preciso espaços para incentivar a atividade teatral da cidade, em razão de que alguns estão interditados, como o Centro Cultural Pró-Música da UFJF, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM) já não é tão receptivo, e a gente fica carente. A demanda aumentou bastante, temos muito mais grupos de teatro, de dança, músicos que podem fazer shows, mas eles não têm lugar para se apresentar”, disse.
HISTÓRICO DA OBRA
Em 1979, o diretor e dramaturgo teatral, que leva nome ao espaço, veio até Juiz de fora para assistir a uma exibição especial organizada pelo grupo Divulgação, de “Nem tudo está azul no país azul”, de Gabriela Rabelo, com o então prefeito, Francisco Antônio de Mello Reis. Foi quando ele convenceu o parlamentar que era importante construir um teatro municipal. À época, o prefeito acatou a ideia. Foram dois anos até o início das obras, organizadas por um arquiteto grego.
Entretanto, em 1983, a construção teve de ser interrompida, devido a problemas estruturais, causados não só no edifício, mas também no entorno dele. Em 2015, devido à verba de quase R$6 milhões que a PJF garantiu com o Governo do Estado e a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), a construção foi retomada.
O local reunirá não só o teatro, com 400 lugares, mas também galeria de arte, anfiteatro, espaço para reuniões e ensaios, bar, entre outros.