Agentes penitenciários cobram prorrogação de contratos

Um grupo formado por dezenas de agentes penitenciários reivindicou, em reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nessa terça-feira, 7, a aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.148/17, que altera a Lei 14.184, de 2002, que dispõe sobre o processo administrativo no âmbito da administração pública estadual.

A matéria, de autoria do governador Fernando Pimentel, determina, entre outras medidas, a extensão dos vínculos dos servidores contratados do sistema prisional até março de 2019.

O projeto já foi aprovado em 1º turno no Plenário, mas um acordo de líderes definiu que a matéria seria colocada em pauta no 2º turno após o recesso parlamentar do meio do ano. Como isso ainda não aconteceu, os agentes penitenciários têm se mobilizado na Assembleia semanalmente.

O presidente da União Mineira dos Agentes de Segurança Prisional (Unimasp), Ronan Rodrigues, alertou que, enquanto a proposição não prospera, as demissões estão sendo feitas em todo o Estado. Para ele, a responsabilidade é do governador, que estaria sendo omisso. “O baixo efetivo ao qual o sistema prisional vem sendo imposto vai provocar rebeliões e fugas em massa na Capital e no interior”, disse.

A agente penitenciária Rosemary Barbosa também cobrou a aprovação do projeto e o retorno dos agentes demitidos. Ela relatou as dificuldades da categoria para exercer suas funções, assim como para se mobilizar para reivindicar melhorias. “Os servidores estão adoecendo pela natureza da função e pela incerteza do emprego”, lamentou.

O agente Ademar Falcão, demitido em junho deste ano após 19 anos de trabalho, denunciou que não foi feito sequer o acerto de salários atrasados e horas extras acumuladas.

 

FAMILIARES DE PRESOS

A presidente da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade, Maria Tereza dos Santos, acusou o governador de ter abandonado o sistema prisional. Segundo ela, falta estrutura mínima para agentes e presos, assim como efetivo para fazer o trabalho.

Ela também cobrou a aprovação do PL 4.148/17 e pediu que o governo reduza os cargos comissionados e amplie o número de agentes prisionais. “Não somos ouvidos, e as promessas de ressocialização feitas em campanha não estão sendo cumpridas pelo Estado”, salientou.

 

MILITARES DESCUMPREM CONVOCAÇÃO E NÃO COMPARECEM A AUDIÊNCIA

A reunião também seria para ouvir o comandante da 6ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM), major Renato Salgado Cintra Gil, e o comandante do 1º BPM, tenente-coronel Eduardo Felisberto Alves. Eles deveriam prestar esclarecimentos sobre denúncias de irregularidades como problemas nas escalas de trabalho, ambiente insalubre e desvio de função.

Apesar da convocação, os militares não compareceram, o que fez o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), remarcar a reunião para o dia 14 de novembro. De acordo com o parlamentar, o presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), foi acionado para fazer valer o poder de convocação do Parlamento estadual.

“A situação da 6ª Cia. do 1º BPM é uma vergonha”, disse. Ele fez, então, a leitura do relatório da visita que a comissão fez ao local, em 24 de outubro, em que foram constatadas irregularidades como a presença de fezes de roedores, poeira excessiva, extintores de incêndio vencidos e militares em desvio de função, atuando como pedreiros e serventes de pedreiro.

“É preciso que a Vigilância Sanitária e o Corpo de Bombeiros façam inspeções de urgência no local. Há, inclusive, a denúncia de um sargento que estaria internado com suspeita de leptospirose”, afirmou.

Fonte: Assessoria




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