Quanto mais convivemos com os costumes de nosso povo e os comparamos com outras civilizações, constatamos que a sociedade brasileira possui mecanismos de controle social destinados a dar condições de vida aos cidadãos. Assim, regram a conduta do indivíduo na vida social as leis e sua coerção, a moral, a religião e as normas de etiqueta social.
Nota-se, nos últimos tempos, que alguns instrumentos vêm se destacando em prol de uma melhor organização social: a religião, por mais que se possa criticar determinada seita, é sempre um instrumento de controle na vida das pessoas; as multas, impostas pelo Estado, constituem, sem dúvida, instrumento poderoso de repressão de condutas, como sói ocorrer com as multas de trânsito.
O Código de Defesa do Consumidor criou uma nova política para a indústria e o comércio que, com isso, buscam primar pelo respeito aos direitos dos consumidores. As recentes ações judiciais envolvendo operações com altas autoridades demonstram que as instituições estão atentas a tudo o que se passa. E funcionam de forma independente ao próprio Governo.
Mas, a despeito de tudo isso, o cidadão vive um clima de instabilidade. Cidades maravilhosas como Rio de Janeiro sequer se enquadram entre as 100 cidades mais visitadas do mundo, o que se motiva, certamente, dentro outras causas, pela violência urbana. A cada dia buscam-se reforços policiais para conter a violência.
Não se nega a importância da ação repressiva do Estado no combate à violência, mas é preciso trabalhar na origem, na causa dos problemas sociais, com destaque para o desemprego e a política de amparo ao menor e à família. Sem desprezar o importantíssimo papel da escola. Sem uma política adequada destinada ao apoio à família e ao menor, dificilmente se conseguirá uma sociedade bem organizada. E essa política começa na família e, na família, destaca-se a importância da educação.
Vê-se, hoje, a ocorrência de furtos, que não se justificam, mas têm uma causa, muitas vezes fundada na necessidade. Mas vê-se também as posturas de vandalismo, que não levam a nada. Por que destruir aquilo que pode ser útil para o outro? E para si próprio? Uma mente normal, em circunstâncias normais, não pode conceder a destruição pelo simples prazer de destruir.
Como mudar, então, o futuro de milhares de menores fatalmente direcionados à delinquência, em razão do ambiente em que vivem? Só a educação, a formação de berço, a ação na família, complementada pelo importante papel da escola.