Empresa inicia pré-monitoramento em bairros para projeto Aedes do Bem™

O Projeto Aedes do Bem™ em Juiz de Fora entra em uma nova etapa. Nas últimas semanas, 140 armadilhas, conhecidas como ovitrampas, foram instaladas em quatro bairros, dando início ao período de pré-monitoramento da população do Aedes aegypti selvagem nos locais a serem tratados e também na área-controle.

O objetivo é conhecer o índice de infestação desses mosquitos nas regiões e o cenário antes do início da liberação dos mosquitos geneticamente modificados, prevista para ocorrer em outubro.

Segundo a coordenadora de Suporte Científico da Oxitec do Brasil, Cecília Kosmann, além dos três bairros que serão tratados – Vila Olavo Costa, Santa Luzia e Monte Castelo -, as armadilhas também foram instaladas no São Benedito. Chamado de área-controle, o último bairro servirá de parâmetro comparativo com os locais tratados, para que o projeto tenha precisão sobre os resultados de supressão na população selvagem do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Como funciona

A ovitrampa se resume a um par de objetos simples: um pote de plástico e uma palheta de madeira. O pote tem capacidade de armazenamento de um litro e é preto, já que o Aedes aegypti é atraído por cores escuras. A palheta é uma espátula de madeira compensada, com um lado liso e outro rugoso.

A palheta fica dentro do pote, onde também há água limpa – é importante que uma parte da palheta esteja submergida e a outra se mantenha seca; isso porque os ovos da fêmea do Aedes precisam secar antes de serem molhados, para então eclodirem. “O Aedes procura água limpa, mas coloca o ovo um pouco acima da linha da água”, diz Cecília.

Para evitar que as ovitrampas sirvam inadvertidamente como criadouro de mosquito, elas são trocadas semanalmente, impedindo que qualquer ovo depositado ali tenha tempo de se desenvolver até gerar um mosquito adulto, algo que levaria, no mínimo, dez dias.

As palhetas são então encaminhadas ao laboratório da empresa, em Campinas (SP), onde é feita a contagem dos ovos e a verificação de quais deles são da espécie Aedes aegypti. “O monitoramento começou a ser feito e será mantido durante todo o projeto. Ele é imprescindível para acompanharmos de perto a evolução do trabalho, para que possamos saber com precisão o índice de infestação do mosquito antes e ao longo das liberações dos mosquitos geneticamente modificados”, ressalta Cecília.

Aedes do Bem™ teve início em julho em JF

Desde o lançamento do projeto, no dia 11 de julho, até o momento, já foram realizados diversos encontros com representantes dos conselhos de Saúde (locais e municipal), além do envolvimento com os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e Agentes de Combate a Endemias – que passaram por treinamento –, visitas às Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Defesa Civil, Secretaria de Educação, Centros de Referência de Assistência Social (Cras), União de Bairros e Distritos de Juiz de Fora (Unijuf), Promotorias de Meio Ambiente e de Saúde, entre outros órgãos.

Atualmente, o trabalho de porta a porta nos bairros que receberão o projeto também continua, com agentes da Oxitec e agentes comunitários de saúde divulgando amplamente as informações para a população.

Os Aedes do Bem™ são mosquitos machos, que não picam e não transmitem doenças. Ao serem liberados na natureza, eles procuram as fêmeas selvagens do Aedes aegypti para acasalar. Seus descendentes herdam um gene autolimitante, que não persiste nem se espalha no meio ambiente. Esse gene que faz com que eles morram antes de atingir a idade adulta.

 


 Fonte: Assessoria




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