Jornalista apresenta palestra sobre como a mídia trata pessoas LGBT

O jornalista Sérgio Gustavo vai ministrar, nessa quinta-feira, 31, às 21h, no Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, uma palestra mostrando, de uma forma simplificada, a pesquisa realizada por ele para seu trabalho de conclusão de curso na graduação.
No trabalho, intitulado “Pessoas LGBT sob um holofote prismático: realidades e enunciações da imprensa”, o jornalista analisa como a imprensa brasileira trata as pessoas LGBT, suas questões e demandas específicas. A finalidade da palestra é mostrar para as pessoas as denominações corretas para se referir a pessoas LGBT, com fins de evitar que continue crescendo o número de assassinatos dessa parcela da população. A palestra é gratuita e aberta ao público.

O estudante realizou o trabalho a partir de dados alarmantes, como os divulgados por relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), o qual demonstra que, em um período de 37 anos, o ano de 2016 foi o que teve mais notificações de homicídios com motivos homofóbicos e/ou transfóbicos, totalizando um número de 343 casos. Em função desses dados, o Brasil se manteve na primeira posição da lista de países com maior número de crimes contra a vida das minorias sexuais. O jornalista conta que passou a se informar sobre esses números devido a um fato ocorrido com um amigo.

Gustavo usou como fonte de pesquisa reportagens que abordam crimes homofóbicos, e considerou, para a análise, conceitos sobre ética e poder no jornalismo. “Usamos como parâmetros para identificação de inadequações o ‘Manual de Comunicação LGBT’, elaborado pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros, e o ‘Dossiê: A Geografia dos Corpos das Pessoas Trans’, da Rede Trans Brasil”, explica. Ele também entrevistou duas pessoas de Juiz de Fora ligadas ao tema. A pesquisa foi orientada pela professora de Comunicação da Estácio e Doutora em Ciências Sociais, Tâmara Lis.

O estudante ainda acrescentou que as notícias muitas vezes desconsideram a complexidade da realidade das pessoas LGBT e enxergam os casos como isolados e não como consequências da construção cultural da sociedade disciplinar. “É urgente que não se negue a identidade de gênero das pessoas. Os direitos da personalidade devem ser assegurados para que todos possam usufruir daqueles garantidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Federal”, reforça.




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.