Lideranças assinam carta aberta contra leilão de usinas

Num ato contra a venda de usinas da Cemig proposta pelo governo federal, foi assinada, na sexta-feira, 18, em Indianópolis, uma carta aberta que será encaminhada ao presidente Michel Temer.

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A manifestação, que ocorreu dentro da Usina de Miranda, foi acompanhada pelos deputados da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e contou com a presença de diversas autoridades.

Estiveram presentes o presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), o governador Fernando Pimentel, secretários de Estado, deputados federais e estaduais, representantes de instituições empresariais e de movimentos sociais.

Pimentel anunciou que, nesta semana, o Governo do Estado começará uma campanha na mídia para evitar o leilão, sob o mote: “Mexeu com Minas, mexeu conosco”.

O ato foi promovido pela Frente Mineira em Defesa da Cemig, que reúne o Governo do Estado, a própria Cemig e a ALMG, além de movimentos sociais e diversos sindicatos. Segundo os organizadores, cerca de 1,5 mil pessoas participaram do evento.

A carta aberta afirma que os signatários estão dispostos a defender o patrimônio da Cemig e propõe a renovação das concessões das usinas de São Simão, Miranda e Jaguara como o melhor caminho para todos.

“É nosso direito manter o que já é nosso. Não venham com mão grande para estrangeiro comprar e vender energia cara para os mineiros”, advertiu o governador. Também deve ser leiloada a Usina de Volta Grande.

Além do governador, assinam o documento o presidente Adalclever Lopes; o deputado federal Fábio Ramalho (PMDB-MG); lideranças empresariais e prefeitos de vários municípios.

ABAIXO-ASSINADO

O coordenador da Frente Mineira em Defesa da Cemig, deputado Rogério Correia (PT), entregou a Fábio Ramalho abaixo-assinados com as adesões de todos os 77 deputados estaduais e dos 53 deputados federais por Minas Gerais.

Segundo o parlamentar, a Cemig também está colhendo assinaturas e já conseguiu a adesão de 497 dos 853 prefeitos do Estado. Um outro abaixo-assinado foi lançado na internet e já coletou 35 mil assinaturas. A meta, conforme explicou, é chegar a pelo menos 100 mil apoiadores à causa.

Para Rogério Correia, a perda da Cemig significa, também, a entrega de um setor estratégico para o Brasil. Por isso, o movimento contra o leilão vai resistir e usar todas as estratégias jurídicas e de luta para evitar a venda das usinas.

RESISTÊNCIA

Representantes de movimentos sociais também garantiram resistência diante da tentativa do governo federal. O presidente do Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro-MG), Jefferson Leandro Teixeira da Silva, anunciou que, após o ato, cerca de cem pessoas iriam se dirigir para a Usina de São Simão para impedir a posse, caso seja leiloada.

Aline Ruas, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), também se posicionou contra o leilão. A presidente regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, advertiu para o risco da venda das usinas abrir um precedente para a privatização do sistema elétrico

CEMIG LAMENTA PRESSÃO FEDERAL

O presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, disse que numa reunião na última quinta-feira, 17, no Ministério do Planejamento, o governo federal admitiu suspender o leilão, caso a empresa pague R$11 bilhões, valor que pretende arrecadar com a venda das usinas.

O executivo considerou a proposta injusta, ao considerar que a Cemig construiu, opera e mantém as usinas. “Estamos sendo vítimas de uma ameaça sem igual em nossa história”, lamentou.

Ele lembrou que Usinas de São Simão, Miranda e Jaguara são responsáveis por quase 50% da capacidade de geração da empresa e que a venda pode representar um prejuízo de R$1,34 bilhão anuais pelas próximas três décadas.

Para tentar evitar que isso aconteça, Alvarenga admitiu que estuda conseguir empréstimos para arcar com o valor exigido pelo governo federal. Ele defende, no entanto, o direito à renovação da concessão, assegurada pelo contrato assinado entre a União e a Cemig.

Fonte: Assessoria




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