Há alguns dias, ao procurar um documento importante entre meus pertences (sim, rolou um cheiro de naftalina), acabei achando uma cartinha do meu pai, escrita em um guardanapo, pedindo desculpas por uma briga tola que havíamos tido. O delicado papel é o único registro impresso que possuo do meu pai e, ao olhar para ele, novamente me emocionei pensando no quanto sua influência despertou em mim a vontade de querer ser mais. Meu pai não é doutor por formação, mas quem o conhece sabe que ele é mestre em surpreender com seus ensinamentos, e catedrático ao mostrar que não é necessário muito para ser feliz.
A feliz coincidência é ter encontrado o bilhete justo no mês em que é celebrado o Dia dos Pais e o seu aniversário. Realmente, agosto não me parece um mês de desgosto; ao contrário, é um período que gosto e muito. Há também, por exemplo, a celebração do aniversário da minha vó, dona Nair, uma senhora lúcida, sagaz, inteligente, amorosa e bem-humorada, no auge dos seus 85 anos. Ela é o exemplo clássico do “pequena por fora (menos de um metro e meio de altura), gigante por dentro”. A turma acha a maior graça quando conto que ela, além de ser muito ativa na vida pessoal (é pintora, cozinheira, bordadeira, quase mochileira!) é super conectada nas redes sociais (dá boas gargalhadas quando recebe vídeos no WhatsApp e manda recadinhos pelo Facebook). Sim meus amigos, minha vó não tem nada de ultrapassada; é capaz de ser mais antenada e viva que muitos jovens.
Minha mãe assemelha-se muito à matriarca da família, tanto fisicamente (são as baixinhas do meu coração) como emocionalmente. Minha mãe é uma guerreira incansável, sempre disposta a enfrentar desafios, quaisquer que eles sejam. Encara a vida com uma postura otimista e nos guia para um caminho de paciência, perseverança e amor.
Olhando ao meu redor, me sinto privilegiada em poder compartilhar minha jornada com pessoas que amo tanto! Elas são o tônico quando minhas pernas já não querem mais caminhar. Sinto que sou abençoada, pois tenho não apenas uma família direta, como anjos na minha vida, mas também pessoas como meu namorado, Lourdes, amigos e professores, que me mostram, diariamente, o porquê os dias ensolarados vão prevalecer. O que o mundo precisa é de mais amor!
Por isso, não celebro nesta coluna apenas o Dia dos Pais. Comemoro também o Dia das Mães, dos Avós, dos Irmãos, dos Amigos, dos Namorados, dos Parentes Emprestados, de todos que nós amamos e que vamos amar para sempre, porque aqueles que se foram fizeram de nós o que somos hoje. O amor nunca morre, ele está apenas esperando o dia em que a saudade vai dar lugar à proximidade. Como diz o cantor Fernando Anitelli, “para além de quando eu respirar vou me lembrar de vocês”. Até a próxima!