Médicos de Juiz de Fora aderem ao movimento “Fora Barros”

Membros do Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) e do Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata, se uniram na manhã dessa quinta-feira, 3, para integrar as atividades do movimento nacional “Fora Barros”, criado em protesto contra declarações proferidas em julho pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros.

“A classe médica da cidade não poderia ficar sem responder às declarações infelizes do ministro, muito menos de mostrar a verdadeira situação da saúde no país, que sofre com problemas de gestão, infraestrutura, e passa por uma situação totalmente precária”, explicou o presidente do Sindicato, Gilson Salomão.

Durante um evento que discutia a implantação da biometria nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), com intuito de informatizar o sistema de controle da carga horária de trabalho dos médicos, o ministro deu a seguinte declaração: “Vamos parar de fingir que pagamos médicos e os médicos vão parar de fingir que trabalham”.

Barros ainda tentou se retratar com a categoria, afirmando que estava se referindo a médicos da Atenção Básica, que são os que mais sofrem com a precariedade do sistema de saúde, porém a explicação não foi bem vista pela classe. “Queremos a retratação do presidente e que a exoneração parte do ministro, que mostrou que não tem condições técnicas para manter a gestão do Ministério da Saúde”, acrescentou Salomão.

 

DADOS PREOCUPAM

Durante a coletiva de imprensa, o Sindicato dos Médicos apresentou as principais reclamações de usuários das unidades de atendimento primário e secundário, registradas na Ouvidoria Regional de Saúde no período de janeiro a junho deste ano. A lista é liderada pela falta de medicamentos nas unidades, com 89 registros, seguida de 75 denúncias de brigas, discussões e mau atendimento. Sessenta e três reclamações se referem à falta de profissionais nas unidades, 28 remetem à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e 21 à falta de infraestrutura. O balanço também aponta 11 elogios aos profissionais. “Esses dados comprovam o oposto do que foi dito, de que os problemas partem da categoria. Eles apontam também que tudo que acontece está associado à falta de gestão”, finalizou Salomão.




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