Governo intensifica o cadastramento de artesãos em todo o estado

Há cerca de cinco anos, a dona de casa Valdete Oliveira Silva começou a comercializar os produtos que fabrica em ponto de cruz para ajudar no orçamento doméstico. Em abril deste ano, ela participou do mutirão de cadastramento da Carteira Nacional do Artesão, realizado pelo Governo do Estado de Minas Gerais, por meio do Núcleo de Artesanato da Secretaria Extraordinária de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (Seedif), no bairro Padre Eustáquio, localizado na Região Noroeste de Belo Horizonte.

No próximo sábado, 5, dona Valdete e outros 40 artesãos irão receber o documento. Ela explica que participou da ação por orientação de uma amiga artesã que possui a carteira e participa de feiras na capital. “Aprendi as técnicas quando ainda era jovem e não sabia da existência da carteira. Uma amiga me incentivou a fazer e acho que a carteira vai valorizar o meu trabalho”, diz a artesã.

Além de identificar e valorizar o artesão, a carteira facilita o acesso a eventos especializados, como feiras, exposições, capacitações e outros. O secretário Wadson Ribeiro, titular da Seedif, explica que o documento é um instrumento importante de identificação e qualificação da atuação do artesanato na região.

Ribeiro diz que, através deste registro dos artesãos, políticas públicas de apoio à cadeia produtiva do artesanato serão formuladas. “Estamos criando também parcerias com o Sebrae e a Junta Comercial para qualificar e incluir na legalidade milhares de artesãos em todo o estado”, ressalta o secretário.

O Núcleo de Artesanato da Seedif realizou, no primeiro semestre de 2017, mutirões de cadastramento da Carteira Nacional do Artesão nas cidades de Juiz de Fora, Montes Claros, Ituiutaba, São Lourenço, Muzambinho, Abaeté, Manhuaçu e João Pinheiro. Em Belo Horizonte já foram realizadas ações no Museu Abílio Barreto e no bairro Padre Eustáquio.

Em todo o estado de Minas Gerais, cerca de 3,5 mil profissionais possuem o documento. No total, mais de 670 artesãos foram cadastrados – o que representa um crescimento de 20% na emissão do documento.

Para a artesã Bernadete de Souza, que utiliza diversas técnicas para produzir caixas de MDF, o documento é um diferencial. “Muitas vezes as pessoas não acreditam que somos nós mesmos que fazemos os produtos. Além das caixas também faço tricô, crochê e decoupage em prato. A carteira é uma garantia e um reconhecimento do nosso trabalho” afirma.

Estima-se que, hoje, Minas Gerais tenha cerca de 300 mil artesãos e que toda a cadeia produtiva movimenta aproximadamente R$2,2 bilhões por ano no estado. A meta da secretaria é realizar, até o final do ano, mais 16 mutirões de cadastramento apenas na capital mineira.

Para o secretário Wadson Ribeiro, o artesanato, além de representar a cultura de uma região, pode ser também um forte alento econômico neste momento de crise. “Muitas pessoas, na maioria mulheres, têm na atividade comercial do artesanato um importante apoio neste momento de recessão”, afirma Ribeiro.

Fonte: Agência Minas




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