A falta de vagas para realização de hemodiálise vem causando transtornos a pacientes com problemas crônicos nos rins e, em muitos dos casos, faz com que eles permaneçam nos hospitais sem necessidade, enquanto aguardam o surgimento de uma vaga que permita o recebimento do atendimento necessário.
Esse é o caso de Maria Ângela Silva da Luz, de 53 anos, que está internada há três meses no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, aguardando uma vaga para fazer hemodiálise. A dona de casa descobriu a insuficiência renal em abril e necessita de um tratamento prolongado, conforme os diagnósticos médicos. Ela já poderia ter ido para casa há quase um mês, mas permanece internada, correndo riscos de contrair uma infecção hospitalar, o que agravaria seu quadro clinico e poderia, até mesmo, levá-la à morte. “Dentro do hospital ela fica vulnerável e entra em contato com outras doenças que podem afetá-la. Além disso, existe o desgaste físico, pois ela fica restrita somente aquela área, e a grande demanda de acompanhantes, já que o hospital não permite que minha mãe fique sozinha”, destacou a filha de Maria Ângela, Gloria Aparecida da Silva, de 24 anos.
Gloria ressalta que foi orientada por médicos a entrar com pedido junto à comissão de endocrinologia do PAM-Marechal, buscando agilidade na vaga, e teve a resposta de que o processo para liberação demoraria em torno de três meses. Ainda segundo ela, um ofício a respeito da demora foi repassado para a Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), mas ainda não houve um posicionamento do órgão.
SS RESPONDE
Em nota, a Secretaria de Saúde explicou que os centros de atendimento ao serviço de hemodiálise atingiram a capacidade máxima, por isso ocorre a demora na liberação da vaga. Atualmente, a rede opera com o total que ela pode atender e não consegue receber novos pacientes, até que eles abandonem o serviço para serem submetidos ao transplante.
Ainda conforme a SS, as distribuições das vagas para realização do procedimento ocorrem à medida que “os pacientes são encaminhados pelos médicos nefrologistas, que fazem a solicitação. A demanda é avaliada pela comissão de nefrologia do SUS, que encaminha os casos para uma das três clínicas conveniadas”. Atualmente, existem 10 pessoas aguardando vaga para iniciar o tratamento.
A Secretaria frisou que está tomando providências para aumentar a capacidade de sessões mensais de hemodiálise, o que resolveria o problema da falta de vagas, e que a solução deverá ser apresentada pelo órgão já nas próximas semanas.