DCE da UFJF cria campanha para mobilizar comunidade acadêmica

Em meio a uma série de abusos relatados por alunos, como assédios moral e sexual, racismo, falta de comprometimento de professores, entre outros, ocorridos no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da entidade, através das redes socais, criou a campanha “Até quando, UFJF?”. A iniciativa busca discutir os problemas psicológicos ocasionados pelas impertinências, encorajar e tornar públicas as denúncias dos alunos, sensibilizando a instituição.  

Conforme o presidente do DCE, Arthur Avelar, a iniciativa partiu do número de demandas recebidas pelo grupo e pela necessidade de ampliar os canais para divulgação, já que a grande maioria dos casos presenciados por alunos não vem à tona. “Já tínhamos a preocupação com outros relatos informais e também feitos pela internet que, infelizmente, são muito mais frequentes do que todo mundo imagina. Além disso, tínhamos o conhecimento da mobilização em páginas e grupos da UFJF, o que nos motivou ainda mais”, reforçou. 

Para Avelar, por mais que o problema atinja a todo o corpo discente, as mulheres são as mais impactadas, tendo em vista que, muitas vezes, são vítimas de assédio sexual. Ele ressalta as principais consequências para o meio acadêmico. “Esses problemas causam o distanciamento das relações interpessoais, aumentam os transtornos de ansiedade, depressão e pânico, refletindo no desempenho acadêmico do aluno e no comprometimento da formação de um profissional técnico, cidadão e humano”, pontuou o presidente, revelando, ainda, que comentários humilhantes, racismo e a LGBTTIfobia, também integram a lista dos atos presenciados pelos alunos.

O presidente do DCE explicou que o corpo vem auxiliando e amparando os alunos vítimas dos assédios, encaminhando para os setores competentes da universidade e acompanhando o caso até que haja uma solução. Segundo Avelar, durante as reuniões de conselhos e comissões juntamente à UFJF, o assunto sempre está em pauta, entretanto, nenhuma atitude foi tomada pela instituição. “A principal reivindicação a ser colocada com essa campanha é a reformulação das Ouvidorias da UFJF e também algum tipo de campanha da própria instituição, que impeça esse tipo de situação dentro da entidade, discuta o assunto e tome as decisões cabíveis para que essas atitudes não sejam vistas como ‘históricas’ e ‘normais’ dentro do campus”, acrescentou. 

UFJF RECONHECE 

Em nota, a UFJF informou que está ciente da campanha do DCE nas redes sociais, que reconhece e respeita as demandas estudantis. Segundo a entidade, as ocorrências de assédio na instituição merecem atenção da Administração Superior e, por isso, eles vêm ampliando seus canais de comunicação com toda comunidade acadêmica. 

Entre as iniciativas promovidas estão à criação da Ouvidoria Especializada dentro da Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) e os novos projetos de assistência psicológica e pedagógica da Pró-Reitoria de Apoio Estudantil (Proae). Grupos de apoio como, por exemplo, o “De Boas – lidando com a ansiedade” e o “Fora de Casa”, foram criados recentemente para auxiliar os estudantes a lidarem com suas questões dentro e fora do ambiente acadêmico. 

Por fim, a Universidade reiterou que está aberta a acolher todos os estudantes e aqueles que estiverem enfrentando situações de assédio devem procurar esses canais de comunicação. 




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