No primeiro semestre desse ano, a cidade registrou menos casos de dengue em relação ao mesmo período do ano passado. A Prefeitura de Juiz Fora (PJF), por meio da Secretaria de Saúde (SS), está intensificando o combate ao mosquito Aedes aegypti. Além das medidas costumeiras, como as visitas dos agentes de endemias nas residências, eliminando os focos do mosquito e orientando a população quanto aos métodos de prevenção que devem ser tomados, a PJF aposta em novas medidas.
Uma delas consiste no uso de armadilhas, conhecidas como “ovitrampas”, que permitem o monitoramento e o controle da população do Aedes aepytpi. Segundo pesquisa realizada pela Fiocruz a pedido do Ministério da Saúde, o método é o mais sensível, específico e barato para monitorar a população do mosquito.
A técnica consiste na utilização de armadilhas que atraem as fêmeas ‘grávidas’, que depositam os ovos em um recipiente com água combinada a uma substância específica. A paleta do recipiente é retirada toda semana e passa por análises em laboratório. Tendo em mãos as informações colhidas, os agentes de saúde serão capazes de identificar as regiões com maior incidência de infestação do Aedes aegypti e intensificar os trabalhos nas localidades.
A PJF também assinou, no início do mês, uma parceria com a empresa britânica Oxitec, para lançamento do projeto “Aedes do Bem”. A iniciativa consiste no uso de mosquitos machos, geneticamente modificados, que não picam e não transmitem doenças. Ao serem liberados, os insetos copulam com fêmeas selvagens do Aedes aegypti, e seus descendentes herdam um gene autolimitante, que faz com que morram antes de se tornarem adultos funcionais. Os mosquitos liberados no ambiente também morrem.
Além disso, os descendentes herdam um marcador fluorescente, que permite que sejam identificados em laboratório. Assim, cria-se um nível de rastreamento e medição de impacto sem precedentes, levando a um aprimorado monitoramento e avaliação da eficácia durante todo o programa de uso do “Aedes do Bem”.
De acordo com informações da gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEA), Michele Freitas, esse projeto foi assinado e está em fase de engajamento público, onde a população é informada sobre todo o processo. “Até outubro, teremos a liberação dos mosquitos nos locais que tem os maiores índices de infestação”, afirma.
Michele ressalta, ainda, que a região Norte é, historicamente, o ponto da cidade que tem maior índice de infestação do mosquito, mas isso varia de acordo com o clima e o engajamento das pessoas no combate ao Aedes aegypti.
Michele também destaca que é importante estar atento ao combate do mosquito durante todo o ano, mesmo com os novos métodos. “Mesmo com novas ferramentas e metodologias, a população deve ajudar no combate do mosquito e na prevenção da doença, permitindo a entrada dos agentes nas casas e tirando um tempo do seu dia para combater as larvas”, orienta.