Governo de Minas lança programa para dar visibilidade ao protagonismo feminino

“Vamos encontrar, por toda Minas Gerais, interlocutoras que têm projetos de grande impacto de integração e de visibilidade ao protagonismo feminino. Mulheres que têm poder de decisão, que desenvolvem ações e podem acolher aquelas que não são vistas, com o objetivo de trazer avanços sociais às mulheres ”.

Essa é a ideia central do projeto ‘Mulheres por Minas’ anunciado pela Secretaria de Estado de Casa Civil e Relações Institucionais (Seccri-MG), que tem à frente a secretária adjunta e professora Mariah Brochado, ao lado de dezenas de lideranças femininas em toda Minas Gerais. As protagonistas irão atuar em cinco vieses : mulheres na arte, na ciência, na vida pública, no mercado e na morada.

O ‘Mulheres por Minas’ visa combater a falta de reconhecimento e visibilidade feminina ao destacar ações de mulheres nas cidades mineiras, sejam como gestoras, políticas, pesquisadoras, artistas e empresárias. Mulheres que têm poder de decisão, que elaboram projetos que podem acolher aquelas que conduzem ações e políticas e não estão sendo vistas e reconhecidas.

No lançamento do projeto, dia 7, na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Mariah Brochado destacou que a condição da mulher será debatida em duas frentes, por meio de seminários e colóquios.

Na capital, o intuito é dar projeção às ações das mulheres que se destacam dentro e fora do Brasil. Já no interior, os debates serão feitos de forma itinerante e servirão para destacar as ações das mulheres locais. “Os colóquios serão realizados em Belo Horizonte e também no interior, aproveitando o mapeamento dos Fóruns Regionais de Governo”, explicou a secretária adjunta.

De periodicidade mensal, o projeto ‘Mulheres por Minas’ é mais uma ação do Núcleo Multifacetário do Estado de Minas (Numem), protocolo de cooperação técnica entre a Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

PRESENÇAS

Para a secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, a iniciativa da Casa Civil é primordial. “É muito bem vinda a ação de articular o empoderamento feminino em torno da pauta feminina e feminista, reafirmando a hashtag criada para as redes sociais que temos usado desde o início da atual gestão da Educação: #maismulheresnapolítica. Mais mulheres não apenas na política partidária, mas atuando politicamente em diferentes frentes sociais”, aponta.

A secretária clama ainda por mais atenção às mulheres negras no combate à desigualdade de gênero. “Tem questões específicas do feminismo negro que o feminismo de maneira ampla não toca. Não podemos nos esquecer que racismo e machismo se estruturaram e deram origem a todo tipo de desigualdade no Brasil”, diz Macaé.

A presidente da Rede Minas, Jordana Almeida, qualifica a iniciativa mostrando dados da presença da mulher no mercado de trabalho. “Nós ocupamos 43% das vagas no mercado de trabalho. Dessas vagas, 37% são ocupadas por cargos executivos, ou seja, como gerentes. Somente 10% estão em funções de direção. Este percentual reflete a atitude da mulher de executar com competência os desafios impostos”, afirma.

A Rede Minas possui o primeiro programa feminista da TV aberta no país, o ‘Mulhere-se’, onde o projeto ‘Mulheres por Minas’ será retratado na próxima temporada. “A proposta inicial é fazer uma temporada sobre Mulheres por Minas. Estamos discutindo com a direção artística qual o melhor formato. Essa iniciativa é muito válida e merece todo nosso apoio”, ressalta Jordana.

INTERNACIONALIZAÇÃO DA AÇÃO

A cônsul da Itália em Minas Gerais, Aurora Russi, manifesta o interesse em trazer a experiência das mulheres cônsules que atuam no estado. “Vamos organizar um seminário internacional para debater o que significa ser mulher no mercado de trabalho, que será realizado no dia 22 de agosto. Queremos fazer parte do Mulheres por Minas e temos que nos mobilizar e mostrar o trabalho que fazemos”, antecipa.

Ela relatou, durante o lançamento do projeto, que na Itália existe baixa representação feminina na vida diplomática: “Sou da Associação de Diplomatas Italianas. Somos muito poucas. Apenas 13% de todos os diplomatas italianos são mulheres e é muito difícil chegar ao topo da carreira”, conta.




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