O Parque fica no extremo norte da Serra da Mantiqueira, nos municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. A Serra do Brigadeiro possui inúmeras nascentes, que contribuem de maneira significativa para a formação de duas importantes bacias hidrográficas do Estado: a do rio Doce e a do Paraíba do Sul. A unidade de conservação tem 14.984 hectares, onde predominam a Mata Atlântica, montanhas, vales, chapadas e encostas.
A Serra tem como missão, “proteger a fauna e a flora regionais, as nascentes, rios e córregos da região, além de criar condições ao desenvolvimento de pesquisas científicas e à ampliação do turismo ecológico na região”.
O Parque abriga vários Picos: o do Soares (1.985 metros de altitude), o Campestre (1.908m), o do Grama (1.899m) e o do Boné (1.870m). A altitude e o relevo amenizam a temperatura local e a neblina cobre os picos durante quase todo o ano, formando uma das mais belas imagens do parque.
DIVERSIDADE DA FAUNA E DA FLORA
A Mata Atlântica, principal formação vegetal da área, está intercalada com os Campos de Altitude e afloramentos rochosos, formando um belo cenário. Considerado um paraíso botânico, o parque constitui um ecossistema rico em espécies vegetais como bromélia, peroba, ipê, orquídea, cajarana, jequitibá, óleo-vermelho e palmito doce. A neblina, que durante quase o ano todo cobre os picos onde se localizam os campos de altitude, propicia as condições para a formação de um ecossistema rico em orquídeas, samambaias, liquens, bromélias, variedades de gramíneas, arbustos e cactus, dentre outras espécies.
Na fauna diversificada do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, destacam-se a suçuarana ou puma, a jaguatirica, a caititu, o veado mateiro, o cachorro-do-mato, o tamanduá-de-colete, o caxinguelê, a preguiça-de-três-dedos, o macaco-prego, o sagui-da-serra. Nas matas do Parque foram localizados dois grupos independentes de mono-carvoeiro, também conhecido como muriqui, maior primata das Américas, ameaçado de extinção.
A unidade de conservação também é refúgio de espécies da fauna ameaçadas de extinção, como o sauá, o mono carvoeiro ou muriqui, a onça-pintada, a jaguatirica, o sapo-boi. Diversas espécies de aves também podem ser observados, como o pavó, o papagaio-do-peito-roxo, o gavião-pomba, o tucano-do-peito-amarelo, o trinca-ferro e a araponga.
ACOLHENDO OS VISITANTES
A infraestrutura do parque é composta por centros de pesquisa, posto da polícia ambiental, laboratórios, alojamentos para pesquisadores, Centro de Visitantes e de Administração, residências, além das residências de funcionários. A sede da ‘Fazenda Neblina’, antiga construção colonial, sede da fazenda onde hoje se localiza o Parque, foi reformada e transformada em casa de hóspede.
A infraestrutura do Parque foi construída em parceria com o Programa de Proteção da Mata Atlântica de Minas Gerais (Promata), com recursos da Cooperação Financeira Internacional Brasil-Alemanha, repassados através do Banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), que investiu cerca de R$1,25 milhão.
A hospedagem fica por conta das cidades vizinhas ao parque. A cidade de Araponga é o acesso mais utilizado para chegar ao Parque Serra do Brigadeiro. Rica culturalmente, a cidade possui grupos tradicionais que preservam a memória dos antepassados índios Puris. Divino, cidade que integra a microregião de Muriaé , é integrante do Circuito Turístico da Serra.
Em Ervália, no início de 2016, foi inaugurado o Complexo Turístico Pico do Cruzeiro, que fica na comunidade de Dom Viçoso. A área, aberta para visitação em fevereiro, é uma estrutura municipal para atender a demanda do turismo, construída ao sopé do Pico do Cruzeiro. Anexo ao Parque Estadual Serra do Brigadeiro, o espaço conta com área de camping, estacionamento, campo de futebol, palco para shows, bares e restaurantes, chalés para hospedagem e trilhas para caminhadas.
Muriaé, considerado o município mais desenvolvido do Circuito Turístico da Serra, tem muitos pontos onde se destacam as belezas naturais e muitas oportunidades de passeio. O visitante ainda tem as cidades de Fervedouro, Miradouro, Pedra Bonita e Sericita, todas com muitos lugares bonitos para serem explorados.
COMO CHEGAR
O melhor acesso para quem vai de Juiz de Fora para o Parque do Brigadeiro é por Muriaé, pela portaria “Pedra do Pato”, que está a 87Km, seguindo pela BR-116, até chegar à cidade de Fervedouro. De lá, é preciso seguir 20Km em estrada de terra até o distrito de Bom Jesus do Madeira e continuar por mais 7Km até chegar à sede do Parque.
Chegando, é só aproveitar! Para quem gosta de aventura e de contemplar a natureza, esse é o lugar!
VISITAÇÃO
O Parque não possui área de camping e a visitação deve ser feita no período diurno. O horário de funcionamento é das 7h às 17h e é preciso consultar a administração do parque antes das visitas.Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (32) 3721-7491.
EXPERIÊNCIA
Para conhecer parte dos atrativos turísticos da Serra do Brigadeiro, nas proximidades da sede do Parque Estadual, a jornalista Angeliza Lopes e algumas amigas, fizeram um passeio nos dias 10 e 11 de junho. “No primeiro dia, tivemos o auxílio da equipe de instrutores de turismo de aventura In Natura Ecoturismo, que encontrou nosso grupo em Viçosa. Saímos de Juiz de Fora às 6h e fomos pela MG – 353 até Coronel Pacheco, momento que seguimos pela MG – 133 até Rio Pomba, depois a BR – 265 até Visconde do Rio Branco, a BR – 120 até Coimbra, depois a BR – 356 até Viçosa. Lá, seguimos a mesma via até quando pegamos uma estrada sentido a São Miguel do Anta, na BR – 482, que corta o Parque Estadual Serra do Brigadeiro. São em torno de 55 km entre Viçosa e a Pousada Serra d’Água, em Araponga.
Quando chegamos em Araponga, pegamos uma estrada de chão sentido a Pousada Serra d’Água. A pousada possui opções de quartos, chalés e área de camping. Lá, conhecemos o casal com duas filhas. Eles iam fazer o passeio com a gente e também levaram seu cachorrinho Thor que nos acompanhou o tempo todo! Tomamos um café reforçado e fomos levados pelo Renato, dono da pousada, até o quarto que íamos ficar. O ambiente é bem aconchegante, com aquela carinha de ‘roça da vó’. Depois disso, caminhamos rumo a uma trilha entre as pequenas propriedades dali. A maioria dos proprietários mantém o plantio do café. No final, nos deparamos com uma cachoeira, que devido o cultivo do eucalipto no seu topo, teve redução expressiva da queda d’água. No caminho, pudemos pegar mexerica no pé e outros frutos.
Após retornarmos, almoçamos uma comida caseira feita no fogão à lenha. Depois de descansar um pouco, fomos ao Poço das Bromélias onde seria o rapel para iniciantes. Para chegar no local, com vista para a Pedra do Pato, tivemos que seguir de carro pela estrada dentro da sede do Parque.
Entramos na portaria de Araponga e saímos na portaria de Fervedouro, próximo ao distrito de Bom Jesus do Madeira. Depois das instruções prévias, descemos uma pedra mais baixa, com uns quatro metros, para acostumarmos com os equipamentos e aprendermos a forma correta de descer.
Depois fomos para o poço, onde pudemos ver a bela vista de uma cachoeira que descia em meio as rochas. Em uma parte da descida ficamos pendurado pela corda, momento que eles chamam de parte ‘negativa’ da descida. No início, parte do grupo ficou mais arredio e com medo, mas a forma atenciosa deles quebrou o gelo e quase todos desceram o rapel, mais de uma vez, por sinal. O local é um ótimo lugar para descansar e aproveitar a natureza. Fica a dica!”, relatou Angeliza Lopes.