O espaço localizado ao lado esquerdo do Cine-Theatro Central poderá se transformar, a médio prazo, em um palco para uma feira de empreendedores artesãos, que poderão, com suas criações, revitalizar o espaço. A iniciativa é da Associação de Artesãos do Bairro São Mateus, que apresentou, no início da semana, a proposta de readequação do local à Comissão Permanente de Abastecimento, Indústria, Comércio, Agropecuária e Defesa do Consumidor, liderada pelos vereadores Charlles Evangelista (PP), João Kennedy Ribeiro (PMDB), Marlon Siqueira (PMDB) e Vagner de Oliveira (PSC). A proposta prevê que a feira seja realizada uma vez por semana.
Na terça-feira, 11, será realizada uma reunião entre os vereadores e o Secretário de Atividades Urbanas, Eduardo Facio, para que o mesmo aprecie a proposta, já endossada pela Comissão. “A reunião deve contar com a presença de um representante da UFJF, proprietária e gestora do Central. Vamos debater sobre os benefícios do projeto para o Município. A Prefeitura não terá custos para implantação da proposta, pois os produtores dispõem de toda a estrutura necessária”, avalia o vereador Charlles Evangelista.
O vereador ressaltou, ainda, que está tramitando um projeto de lei, de autoria da Comissão, que prevê a oficialização da Semana do Empreendedor, sempre no mês de outubro, integrando o calendário de atividades de Juiz de Fora. “Estamos trabalhando em conjunto com as comissões de finanças e educação para garantir celeridade ao processo e parecer do Executivo. Também fecharemos uma parceria com o Sebrae para execução das atividades”, complementou.
FEIRA É ARTE
A Associação de Artesãos do Bairro São Mateus conta, atualmente, com 39 empreendedores associados, sendo um deles da cidade de Bicas. Segundo Nelson Júnior, diretor financeiro voluntário da organização, a intenção da proposta é dar não apenas visibilidade aos artistas, mas mudar a mentalidade das pessoas em relação aos trabalhos desenvolvidos neste segmento. “O tipo de feira que estamos propondo não se restringe ao pano de prato. As roupas, acessórios e itens de decoração, por exemplo, serão peças estilizadas, com um conceito; uma criação”, explica Nelson.
Para além da comercialização de produtos, o diretor da associação já está em negociação com Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF para emplacar novas possibilidades. “Queremos separar um espaço na feira para que os acadêmicos do IAD possam expor suas criações. Nesse sentido, poderemos ter ali poesia, fotografia, telas de pintura e escultura. Vale dizer que será uma ótima oportunidade de intercâmbio entre os acadêmicos e os artesãos”, explica.
Nelson Júnior ressaltou também a intenção de convidar músicos para se apresentarem durante a feira. Uma das primeiras ideias é chamar Caetano Brasil, que, com um diálogo entre o choro e o jazz, lançou seu primeiro CD em 2015, financiado pela Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura. “Há muito trabalho de qualidade sendo feito na cidade, em vários segmentos artísticos. Outro exemplo é o artista plástico Paulo Talarico com suas pinturas e caricaturas. Já imagino ele ali, com o cavalete e pincel na mão”, destaca.