Para além do universo acadêmico

A beleza que habita na simplicidade, longe do universo caótico de imagens, cores e sons dos centros urbanos. O curta-metragem “A menina que colecionava estrelas”, de Ana Cláudia Ferreira, financiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura Murilo Mendes e rodado durante quatro dias em uma fazenda em Goianá (MG), integra a programação da “1ª Mostra de Filmes Realizados para TCC”. A iniciativa é do Cineclube Movimento, um dos projetos de extensão do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A mostra, que reúne trabalhos tanto da graduação quanto do mestrado, terá início na segunda-feira, 19, e segue até sexta-feira, 23, sempre às 15h, na sala de cinema Germano Alves (213), no IAD. A entrada é gratuita.

A colecionadora de estrelas – ou sonhos – é Mariana, que vive com sua mãe em um lugar isolado, onde “causos” do imaginário popular podem se tornar realidade. Nesse sentido, a mãe traz para a filha elementos da fantasia, conta histórias e enche a casa de cheiros: do café fresco, das ervas e do milho que vai virar pamonha.

A criadora da obra diz não apresentar um mundo fantástico ou trazer à tona um grande e inesperado clímax, mas revela, sem rodeios, a relação de amor entre mãe e filha em um lugar isolado, em meio à natureza. “Valorizo o cotidiano das protagonistas. Este filme foi uma forma de experimentação. Foi onde eu consegui aplicar diversas referências teóricas para a elaboração de roteiro, direção de arte e fotografia e preparação de elenco”, explica Ana Cláudia, destacando que foram utilizadas no processo de produção as noções de realismo cinematográfico de André Bazin, expressivo crítico e teórico de cinema.

UMA ALTERNATIVA AO CINEMA COMERCIAL

A referida mostra de cinema não se configura apenas com uma forma de por em prática a teoria adquirida no ambiente acadêmico, mas extrapola a função de mero “dever de casa”, na medida em que proporciona o acesso da população às obras que estão fora do circuito comercial de cinema.

Logo, seguindo a onda de propor novas ideias e reflexões, está o filme “Pele de monstro”, da cineasta Barbara Maria, considerado um dos destaques da programação. Trazendo o racismo como tema central de sua monografia, Barbara percebeu que poderia inserir no trabalho prático suas experiências e de outras pessoas próximas e não deixá-lo restrito à teoria. Para isto, reuniu pessoas para assistirem juntas filmes de terror de sua escolha e filmou as reações delas. Após as sessões, enviou um questionário a cada participante e, a partir deste, selecionou as pessoas que seriam entrevistadas e apareceriam no produto final.

Confira a programação

Segunda-feira, 19 | Classificação livre

– “Nada de ordinário nesses dias comuns” | Ano: 2015 | Direção: Thais Correia | Duração: 95 minutos
Terça-feira, 20 | Classificação livre

Terça-feira, 20 | Classificação livre

– “Pele de monstro” | Ano: 2017 | Direção: Bárbara Maria | Duração: 20 minutos

– “Por aqui, tudo bem” | Ano: 2013 | Direção: Carol Caniato | Duração: 15 minutos

– “O vozeiro” | Ano: 2017 | Direção: Igor Bastos | Duração: 5 minutos

– “Quebrando pedras e plantando flores” | Ano: 2016 | Direção: Jairo do Carmo | Duração: 9 minutos

Quarta-feira, 21 | Classificação 12 anos

– “A menina que colecionava estrelas” | Ano: 2016 | Direção: Ana Cláudia Ferreira | Duração: 18 minutos

– “Elegia” | Ano: 2015 | Direção: Mariana Costa | Duração: 13 minutos

– “TRANSformação” | Ano: 2016 | Direção: Helena Oliveira | Duração: 19 minutos

Quinta-feira, 22 | Classificação 16 anos

– “Aos berros” | Ano: 2011 | Direção: Davi Ferreira | Duração: 51 minutos

– “O despertar do diabo” | Ano: 2015 | Direção: Mandy Ferreira | Duração: 20 minutos
Sexta-feira, 23 | Classificação livre

Sexta-feira, 23 | Classificação livre

– “Arthropoda” | Ano: 2017 | Direção: Diego Ribeiro | Duração: 1 minuto

– “Arquimoda” | Ano: 2016 | Direção: Karen Monteiro | Duração: 1 minuto

– “Vitrine” | Ano: 2017 | Direção: Caio Parizi | Duração: 9 minutos

– “O gênero textual documentário: uma proposta de construção de cidadania” | Ano: 2016 | Direção: Silvana Caldas | Duração: 33 minutos




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