Juiz de Fora conta atualmente com 11.226 metros de ciclorrotas instaladas nas avenidas Barão do Rio Branco e Getúlio Vargas e na rua Francisco Bernardino. A implantação do projeto, que começou em junho de 2016, ainda não tem previsão de término. Em nota, a Settra disse que está em fase final de contratação de uma empresa que irá dar continuidade à implantação das ciclorrotas na cidade.
Lançado com o nome “Bike JF”, a previsão é que o projeto seja destinado às ruas Dom Silvério, São Mateus, José Lourenço Kelmer, Vitorino Braga, Santo Antônio, Avenida dos Andradas e Avenida Presidente Itamar Franco. A ciclorrota, proposta inicialmente para a Avenida Barão do Rio Branco, prevê a utilização de parte da pista de rolamento para a circulação de bicicletas, criando uma rota compartilhada com os demais modais. Para isso, utiliza-se sinalização vertical e horizontal direcionada a motoristas, ciclistas e pedestres, informando a existência dessa rota compartilhada.
Ainda para incentivar o uso das bicicletas, o município conta, também, com dez bicicletários nas praças Antonio Carlos, de Benfica, da Estação, Jarbas de Lery Santos, de Santa Terezinha, do Manoel Honório, Agassis, do Bom Pastor, do Alto dos Passos e no Museu Mariano Procópio, além da UFJF.
A concepção e implantação do projeto foram possíveis por meio da colaboração do Mobilicidade JF, que forneceu à Prefeitura o resultado da oficina de avaliação da demanda cicloviária, realizada pela organização no ano passado. “A bicicleta, hoje, não é usada apenas como atividade física, mas como um meio de transporte, muitas vezes, mais vantajoso. Trata-se de uma alternativa a um trânsito cada vez mais caótico. E não é preciso uma grande pesquisa pra identificar que cada vez mais pessoas estão aderindo às bicicletas. Outro dia, subindo de moto a Rio Branco, eu contei, apenas no trecho compreendido entre a Itamar Franco e o trevo do Bom Pastor, cinco pessoas de bicicleta”, conta Guilherme Mendes, diretor da ONG Mobilicidade JF.
Mendes acredita que com a expansão das ciclorrotas na cidade haverá aumento gradual do número de ciclistas. “A última pesquisa, realizada em 2015, contabilizou 1.144 viagens de bicicleta, em um período de 12 horas, na esquina das ruas Itamar Franco e Rio Branco. A penúltima avaliação foi feita em 2013, no mesmo local e período de tempo, sendo contabilizadas 1.141 viagens de bicicleta. Praticamente não houve alteração do cenário”.
O diretor da ONG avalia, ainda, que a tendência é que as pessoas que moram, por exemplo, nos bairros mais próximos do Centro comecem a utilizar cada vez mais a bicicleta, economizando dinheiro e tempo nos pontos de ônibus. “Trocar, de vez em quando, o carro ou ônibus por um meio alternativo de transporte é algo que tende a acontecer pouco a pouco. A sociedade vai adquirindo essa cultura com o tempo”, finaliza.
CENÁRIO NACIONAL
Atualmente, no Brasil, existem mais de 60 milhões de bicicletas, e diversos municípios do país despertaram para esta tendência apenas nos últimos anos. Entre 2014 e 2017, a malha cicloviária praticamente dobrou nas capitais do país, de 1,4 mil km para 3 mil km. Ciclofaixas e ciclorotas correspondem hoje a quase 3% da malha viária total dos municípios.