Apenas em 2017 mais de 155 mil pessoas morreram por causa de doenças cardiovasculares

Arritmias, insuficiência cardíaca, endocardite, miocardite são algumas das dez doenças do coração existentes. Até o fechamento desta edição, o cardiômetro, criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), já contabilizava pouco mais de 155 mil mortes por doenças cardiovasculares no Brasil. Só em 2016, estima-se mais de 349.938 mortes. Ainda segundo dados da SBC, as doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes que aquelas ocasionadas por todos os tipos de câncer juntos, duas vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), três vezes mais que as doenças respiratórias e seis vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS.

Entre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares estão hipertensão, colesterol elevado, diabetes, álcool, tabagismo, sedentarismo, obesidade e estresse. “No futuro, o aparecimento, ou não, dessas doenças dependerá do estilo de vida que essa pessoa leva. Portanto, é importante praticar atividades físicas pelo menos três vezes por semana e tentar evitar alimentos industrializados que possuem grandes quantidades de sal”, explica Celso Amodeo, médico cardiologista e membro da SBC.

Amoedo enfatiza que a doença cardiovascular é a primeira causa de morte não só no Brasil, mas no mundo. “Esse levantamento foi feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e a expectativa, segundo este órgão, é que este dado permaneça inalterado até 2020. O primeiro passo para reverter esse quadro, além de fazer atividade física, é a reeducação alimentar. Não se trata de dieta, mas de adotar uma postura para a vida toda. Atualmente, 36% do sal que consumimos está nos produtos industrializados, e a base desses alimentos são os pães, queijos e enlatados. A preferência deve ser pelos alimentos preparados na hora”, avalia.

TABAGISMO, O MAIOR INIMIGO

A OMS estima que até 2030 as doenças crônicas não transmissíveis podem ser responsáveis por mais de 75% das mortes no mundo e que o tabagismo é o único fator de risco em comum para quatro doenças desse grupo: cardiovasculares, respiratória, câncer e diabetes. A nicotina é uma droga poderosa que atua no sistema nervoso central e contribui diretamente para a morte de 6 milhões de pessoas por ano. Desse universo, pelo menos 600 mil são fumantes passivos, ou seja, convivem com fumantes.

Celso Amodeo destaca que na população adulta brasileira houve avanços no controle do tabagismo com diversas políticas de conscientização. “Entretanto, para os jovens, o problema ainda é um desafio. É um fato preocupante, pois hoje em dia não é incomum a ocorrência de jovens que sofrem infarto do miocárdio”.

OUTRO EXPRESIVO VILÃO

Na última década, a prevalência do diabetes cresceu 61,8%, dobrando de percentual em pessoas a partir dos 45 anos de idade, tanto em homens quanto mulheres. O levantamento é da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde.

De acordo com a SBC, a doença pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum ser diagnosticada em crianças, adolescentes ou adultos jovens.




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