A economia brasileira registrou no primeiro trimestre deste ano, o primeiro resultado positivo após dois anos seguidos no vermelho. O IBGE divulgou que o Produto Interno Bruno (PIB) cresceu 1% no primeiro trimestre de 2016, já retirados os efeitos sazonais. É o primeiro número positivo desde o quarto trimestre de 2014, ou seja, após oito quedas seguidas.
Os serviços, que respondem por mais de 70% do PIB, ficaram estáveis. O principal fator para o resultado foi o desempenho do setor agropecuário, que cresceu 13,4% no período, embalado por safras recordes de grãos. A indústria também teve alta: 0,9%.
Segundo economistas consultados, o crescimento pode ser colocado integralmente na conta da forte expansão das exportações, que subiram 4,8%.
Sob ameaça de cassação, o presidente Michel Temer comemorou o crescimento do PIB e procurou relacioná-lo à atuação de seu governo. “Acabou a recessão! Isso é resultado das medidas que estamos tomando. O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer mais ainda”, pontuou em sua rede social oficial.
Apesar de o número do trimestre apontar uma melhora da economia, especialistas dizem que não é garantia de que o país saiu da recessão. Embora o conceito de dois trimestres consecutivos de queda seja a definição mais popular de recessão, na prática nem sempre isso ocorre.
O Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos (Codace) que estabelece oficialmente o início e o fim das recessões no Brasil marcou o segundo trimestre de 2014 como o marco inicial do atual ciclo, embora ele tenha sido seguido por dois outros trimestres de estabilidade do PIB.
Em termos técnicos, para que uma economia esteja em expansão é preciso que o crescimento esteja espalhado por vários setores e em uma rota sustentável. Além disso, os dados que começam a sair do segundo trimestre e a mais recente turbulência política elevam o risco de que o PIB volte a cair nos próximos meses.