O Cristo é juiz-forano, mas sua escultura é francesa, com a base (capela) construída pela Companhia Pantaleone Arcuri e Spinelli. O monumento possui 25 metros de altura, e a imagem, encomendada à parisiense Maison Raffe, 3,75 metros de altura. Abraçado pela população sob a alcunha de Morro do Cristo, o conjunto é intitulado nos registros históricos como Morro do Imperador, uma referência a D. Pedro II, que, em 1861, subiu a encosta para apreciar a paisagem da cidade.
Inaugurado em 8 de julho de 1906, o monumento, que está próximo de completar 111 anos é o primeiro da América do Sul e foi idealizado por Francisco Baptista de Oliveira. “Ele estava à frente da Associação Católica Pão de Santo Antônio. Esta organização era proprietária do terreno no qual o conjunto foi construído e foi ela quem fez o contato com a Pantaleone Arcuri para dar início às obras em maio de 1905. A conclusão da construção aconteceu em novembro do mesmo ano. Como eles não queriam que a inauguração não coincidisse com o período de chuvas, a mesma só ocorreu no ano seguinte”, explica o historiador Marcos Olender. “O objetivo na época era registrar o marco da chegada do século XX, sendo que a celebração religiosa aconteceu em 1º de janeiro de 1901”, completa.
Em 1964 houve, no Morro do Imperador, uma torre helicoidal. Considerada a primeira do tipo na América do Sul, o equipamento serviu durante 15 anos para auxiliar nas transmissões da TV Industrial, primeira emissora de televisão do interior brasileiro a transmitir programação em cores. Apenas a base da torre foi preservada e pode ser vista atualmente.
Além do caráter afetivo para os juiz-foranos por sua importância histórica, hoje em dia o espaço é aberto ao público, funcionando como alternativa de lazer, local para práticas esportivas em meio à natureza, como montanhismo, caminhada e ciclismo por meio de suas trilhas. Por causa do local de sua ocupação e da vista estratégica da cidade, o Morro do Imperador é considerado um dos principais pontos turísticos de Juiz de Fora.
INCENTIVO AO TURISMO
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, João de Matos, anunciou, na última sexta-feira, 26, durante o evento da assinatura da certificação do Arranjo Produtivo Local (APL) das cervejarias da região pelo Governo de Minas, que o complexo do Morro do Imperador passará a receber propostas para a sua ocupação com eventos culturais locais. A partir de junho, os interessados poderão submeter projetos à avaliação do Departamento de Incentivo ao Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur).
Matos ressalta que a execução das medidas do Turismo, para que de fato ele se torne um grande negócio, depende do apoio das mais diversas entidades da cidade e do setor privado. “O turismo como negócio é mais uma fonte de renda e geração de emprego para o município. Com ações bem programadas e planejadas é possível obter resultados rápidos”, avalia o secretário, ressaltando que o empenho não cabe apenas ao poder público. “Quando as pessoas se organizam e se mobilizam, o turismo acontece como consequência imediata”, finaliza.