MUITA CALMA NESSA HORA

O que mais choca o sofrido brasileiro é ler uma nota com pedido de desculpas ao povo pelo comportamento adotado pelos empresários donos da JBS, tão culpados quanto seus comparsas políticos. Com a falsa justificativa de gerar emprego, na verdade, a contribuição maior que eles deram ao Pais foi ajudar na degradação moral do frágil meio político em troca de acumular a 8a maior fortuna do mundo, segundo a revista Forbes. “Ainda que nós possamos ter explicações para o que fizemos, não temos justificativas. Em outros países fora do Brasil fomos capazes de expandir nossos negócios sem transgredir valores éticos.” Equivale dizer que aqui é o espaço adequado para o enriquecimento ilícito apoiado pela impunidade. Brasil é terra de ninguém; coisa pública quer dizer de quem quiser. Como se conseguir o respeito dos organismos internacionais e a indispensável confiança nas instituições para receber investimentos se não se tem o hábito de respeitar leis.

Será que a crise moral que o País atravessa se resolve com eleições diretas sem uma profunda reforma política? Falando sério, em quem votar? Votar errado de novo? Não se pode esquecer que o país só tem um Sérgio Moro, o Dom Quichote de La Mancha brasileiro e com o STF nem sempre se pode contar.

O MUNDO DOS NEGÓCIOS

Os últimos acontecimentos do mundo político deverá reduzir bastante o interesse das autoridades pelo que a Lava-Jato possa oferecer, em matéria de fatos relevantes a valer um acordo de delação, o deputado cassado Eduardo Cunha. Preso desde outubro, vinha vendendo seu silêncio por quinhentos mil reais mensais ao dono da Friboi, outro acusado por crimes de corrupção em 6 inquéritos. Para se livrar da cadeia o empresário se antecipou e assinou sua delação, prejudicando Eduardo Cunha e se livrando de continuar a pagar seu silêncio. Ele acaba de mostrar que sabe aproveitar as chances de bons negócios.

MAIS REVELAÇÕES DA DELAÇÃO DE MARCELO ODEBRECHT

A delação do empresário dono da empreiteira mais importante do Brasil envolve a imprensa quando afirma que a construtora apoiou financeiramente o “Correio Brasiliense”, o jornal mais antigo e até hoje muito prestigiado, com sede em Brasília.

Filhos de Assis Chateaubriand, fundador dos Diários e Emissoras Associados, entraram com interpelação judicial contra os condôminos e o jornal.

Thereza e Fernando Antonio afirmam que o dinheiro não consta das demonstrações financeiras da empresa e os controladores vem traindo os ideais e as condições de Chateaubriand com o fechamento e venda de 80 empresas do grupo, que já foi o maior na área de comunicação e trouxe a primeira emissora de televisão para o País. Os herdeiros querem o retorno dos Diários Associados para a família.

A VERDADE DOS FATOS

Na delação de Joesley Batista, dono da JBS, que vem causando a maior crise política do pós-Dilma, o empresário afirmou nas gravações feitas às escondidas com o presidente Temer que contava com a colaboração de um desembargador, já preso, e um juiz.

Agora, questionado pelos investigadores sobre quem seria o juiz, disse que estava blefando. Fica a dúvida sobre qual outra mentira ele poderá ter dito para valorizar a delação e qual o propósito dos seus enganos. Várias hipóteses estão sendo estudadas, até que o envolvimento do senador Aécio Neves seria uma cortina de fumaça. Se ele foi tão beneficiado pelos governos anteriores, não custa nada dar uma ajudinha para que tudo volte a ser como antes.




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.