Passou o dia das mães. Para o comércio é a hora de esperar as mulheres que vão trocar os presentes que ganharam. Seja porque não gostaram da cor, seja porque não gostaram do modelo , seja porque o filho, para querer agradar, deu um número muito menor que a mãe usa.

– Nossa, mas tá menor? Achei que a senhora usava este número. Está tão magra!
Todos os anos na loja da Dona Diva o período é cheio de trocas. Mas esse ano as vendas foram menores, se as coisas não melhorassem, ela seria obrigada a fechar as portas.

No meio da tarde entrou uma distinta senhora com seus cabelos brancos, cheia de joias penduradas e com um senhor de chapéu ao seu lado. Ela foi ao balcão e pediu para ver umas calças. Dona Diva, toda atenciosa, mostrou vários modelos e também mais alguns produtos e outras marcas. A senhora entrou no trocador e experimentou todas, agradou de algumas e pediu para separar.

A proprietária da loja ofereceu uma camisa de renda que iria combinar muito com as calças que a cliente tinha separado. Foi um sucesso! A camisa agradou tanto que a senhora pediu para separar três daquele modelo de cores diferentes.

Dona Diva aproveitando a oportunidade de venda ofereceu também uma sandália, um cachecol e um par de brincos para poder compor todo o estilo. Tudo foi aprovado pela cliente.

Após escolher os produtos, a cliente pediu para saber quanto ficaria a compra e disse que o senhor que a acompanhava iria acertar tudo.
O acompanhante, que, pela demora, já estava cochilando em uma cadeira na loja, pegou o dinheiro na carteira e pagou à vista. Ainda deixou o troco como gorjeta.

Que tarde feliz! Dona Diva ainda fez mais algumas vendas, mas nenhuma igual a daquela senhora.

Quando chegou em sua casa à noite, cansada e realizada, ela sentou no sofá da sala, ligou a TV e viu o noticiário de sua cidade mostrando uma foto da senhora que foi na sua loja e do senhor de chapéu que acompanhava. Eles eram repórteres disfarçados, estavam fazendo uma matéria sobre atendimento no comércio, eles tinham um orçamento para gastar com a matéria.

Na primeira loja que entraram foram tão bem atendidos que não precisaram mais ir a outros lugares. O senhor tinha uma câmera escondida e enquanto fingia cochilar, filmou tudo. Dona Diva chorou de felicidade quando viu sua imagem no telejornal.

Nos dias seguintes sua loja ficou cheia de clientes. Ela não precisou mais fechar as portas.




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