A palavra bilateral é bem conhecida dos estudantes de direito e profissionais da área jurídica. São bilaterais por excelência os contratos que geram direitos e obrigações para ambas as partes. E nada mais justo que o equilíbrio contratual, tão buscado nas relações jurídicas: você pagando o preço justo pelos serviços que recebe. Ou pelo bem que compra.

É muito bom quando você faz uma compra e sai satisfeito e deixa também satisfeito o vendedor. Ou quando recebe um serviço bem feito e deixa também feliz o prestador. Agradecer faz parte dessa convivência; pagar não significa que não devamos agradecer.

As relações comerciais devem desenvolver-se de tal forma que o negócio seja bom para ambas as partes. De nada adianta ser bom para apenas uma delas. Quando existe uma desproporcionalidade nas prestações entre as partes não há equilíbrio contratual. A relação não é prazerosa. Assim também ocorre nas nossas relações de amizade, nas relações afetivas, no trato profissional e, porque não dizer, na própria vida.

Embora a gente deve dar sem esperar retorno e fazer o bem mesmo sem recebê-lo, não deixa de ser gratificante a relação em que ambas as partes retribuem a afetividade, o apreço, o carinho e a consideração. Um bom dia proferido com calor e retribuído com a mesma demonstração de carinho faz bem a ambas as partes.

Nas relações profissionais o quanto gratificante é trabalhar para aqueles que reconhecem o trabalho do outro e o remuneram adequadamente. Assim, levar vantagem não faz bem a ninguém. É ruim para quem perde, mas também não é bom para quem ganha, porque recebe o que não lhe é devido.
Por certo existem leis no universo para promover uma justa redistribuição de tudo que não se partilha de forma justa. Mais cedo ou mais tarde o próprio universo se encarrega do ajuste de contas. Assim, seja justo com o outro para que os outros sejam justos com você. Mas o caráter bilateral das relações, a reciprocidade, não significa, de forma alguma, que as prestações recíprocas sejam da mesma forma ou natureza.

Um favor pode ser retribuído com um agradecimento sincero. Nem tudo se paga em dinheiro. Quando alguém recebe uma dádiva e não sabe a quem retribuir, retribua ao universo. A reciprocidade depende, também, da individualidade de cada um. Não exige dos outros aquilo que você sabe que eles não têm para dar. Retribua, assim, a beleza das plantas regando-as com carinho e não destruindo-as com ódio. Uma boa reflexão também para os filhos no dia das mães. Abra seus olhos para ver aquela que lhe deu a vida e lhe carregou nos braços.




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