De acordo com recente levantamento do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), acidentes domésticos com eletricidade causaram 177 mortes no país no ano passado. A pesquisa também apontou, com base em uma amostragem de 999 domicílios, que apenas 29% das residências brasileiras têm projeto elétrico, 52% não têm fio terra e que o padrão da tomada de três pólos está presente em somente 35% dos domicílios.
O técnico de sistema elétrico da Cemig, Marco Aurélio da Silva, explica que a imprudência é a maior causa dos acidentes elétricos residenciais. “Na maioria das vezes as pessoas subestimam o choque elétrico dentro de casa ao pensar que 110 volts não mata. Por isso, as mesmas promovem o reparo de uma troca de tomada, substituem o chuveiro elétrico ou até mesmo um interruptor sem desligar a chave geral do padrão de entrada de energia elétrica”, observa.
O técnico da Cemig enfatiza que o reparo técnico da rede elétrica de uma residência deve ser feito por um especialista na área. “As residências com instalações mais antigas, principalmente, precisam passar por vistorias para detectar se há, por exemplo, má conexão nos condutores, fios desencapados ou ressecamento da proteção dos cabos e fios. Estes são alguns dos problemas que podem causar fuga de energia e choque elétrico nas instalações”, explica Marco Aurélio.
Apesar do novo modelo de tomada de três pólos, adotado obrigatoriamente a partir de 2011, trazer mais segurança, Marco salienta que não adianta substituir apenas a tomada. “A rede elétrica deve ser preparada com a instalação de mais um cabo, que deve ser ligado ao aterramento. Só assim há uma garantia de aumento considerável de segurança da instalação da rede e dos equipamentos em caso de uma sobrecorrente”, diz o técnico, ressaltando também dois cuidados básicos para quem tem crianças em casa: “A orientação é colocar protetores de tomadas. Outra opção mais simples é tampar plugues, que não são muito usados, com pedaços de fita isolante”.