Desafio da Baleia Azul alerta pais sobre monitoramento dos filhos nas redes sociais

Tomando grande notabilidade nas redes sociais no Brasil, o “Desafio da Baleia Azul” se tornou motivo de polêmica e preocupação entre as famílias, educadores, profissionais da saúde e autoridades. A psicopedagoga, Cristina Coronha, explica que o jogo, que consiste em desafios que levam os participantes ao limite da vida, envolve a criança de qualquer forma, fazendo com que ela tenha medo de se explicar para os pais. Além disso, os administradores da “brincadeira” dizem que monitoram os jovens e que pessoas próximas podem sofrer consequências. “O jogo é um desafio que progride através de situações negativas e ameaçadoras”, comenta a profissional.

A saída para evitar que os filhos se envolvam é redobrar a atenção e o monitoramento. “Os pais precisam estar atentos a tudo que o filho faz. É preciso observar toda e qualquer alteração no comportamento, na rotina ou na dinâmica. A criança não tem muita noção do que é certo ou errado. Nesta fase [entre a infância e a adolescência] eles ficam totalmente vulneráveis a influências”, reforça.
Cristina orienta, ainda, que, quando for observado que a criança ou o adolescente estão envolvidos em situações como esta, os responsáveis procurem ajuda profissional. “É importante que tanto o filho quanto os pais participem dessa terapia. O jovem precisa de um tipo de ajuda, pois está muito fragilizado. Precisa de maior defesa, segurança. Algo está faltando e deve vir da família. Os pais também precisam de auxílio para fortalecer a psique dessa criança fragilizada”, alerta.

BUSCANDO A CONTRAMÃO

No inverso do que sugere o desafio, vários sites e iniciativas nas próprias redes sociais estão surgindo com o propósito de influenciar os jovens positivamente, orientando-os, até mesmo, a buscar mais a conversa e o convívio social para a solução de problemas como a depressão. Aplicativos para tabletes e celulares também foram criados com este intuito, na tentativa de minar as ideologias implementadas no “Desafio da Baleia Azul”, que surgiu na Rússia.
Leandro Santos, de 12 anos, conta que na escola onde estuda, em Juiz de Fora, os professores já trabalham a temática tentando evitar que os estudantes se envolvam com jogos ou desafios do tipo. “A professora de informática explicou sobre o cyberbulling, um público que ameaça virtualmente, fala mal das famílias. Conhecer o assunto me ajudou a ver que o bullying pode se tornar um caso mais sério”, contou o estudante que também reconhece a importância de discutir os problemas no âmbito familiar.

BRINCADEIRA RELACIONADA COM O JOGO FOI INVESTIGADA EM JUIZ DE FORA

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Polícia Civil esclareceu que mensagem espalhada pelas redes sociais por adolescentes em Juiz de Fora eram falsas. Foto: Jéssica Pereira

A Polícia Civil apresentou na tarde de quinta-feira, 20, a conclusão do caso que envolveu dois adolescentes de 15 anos e o desafio. De acordo com a polícia, a ocorrência não passou de uma “brincadeira de mau gosto”, em que um dos jovens teria editado uma mensagem existente na internet, supostamente relacionada ao jogo, publicando-a em um grupo fechado em uma rede social, do qual a vítima também participava. Ao se depararem com as mensagens, os pais de um dos adolescentes procuraram a polícia.

“Tão logo soubemos das notícias, demandamos o setor de inteligência para apurar a situação. Temos uma cautela específica com relação aos fatos oriundos da internet, face à fragilidade de manipulação das informações”, comentou o titular da 7ª Delegacia Distrital da PC, Eduardo de Azevedo Moura, responsável por conduzir a investigação. “A preocupação era saber se realmente se tratava do jogo, além de procurar entender o que se passava. Os dois alunos não estão participando. Em um primeiro momento atingiu os amigos próximos. Depois um grupo de familiares. Nesse intervalo, alguém perdeu o controle das postagens e viralizou”, completou.

O boato se iniciou quando foram espalhadas mensagens, dizendo que um aluno de 15 anos, estudante de um colégio particular, estava no jogo e o 19° desafio, incluía entregar balas envenenadas a crianças pequenas da instituição e de outras duas escolas da cidade. Tão logo, o boato se espalhou e logo em seguida, foi esclarecido. Um colega dos adolescentes, que não estuda na mesma instituição, acabou replicando a mensagem no Facebook. Prestando esclarecimentos, o jovem se desculpou, confirmando que seu amigo não estava jogando o desafio.

ORIENTAÇÃO DA POLÍCIA AOS PAIS

O titular do caso ressaltou, também, a importância do acompanhamento dos responsáveis dos envolvidos. “Os pais sabedores do grau de projeção atingido pelas mensagens procuram a delegacia no fim da tarde dessa quarta-feira. Conversamos e isso permitiu apurar e encerrar o caso com menos de 24 horas”, reforçou.

A delegada regional, Patrícia Ribeiro, ressalta que não há motivos para entrar em pânico. Além disso, ela orienta que os pais devem estar atentos as redes sociais e a rotina dos adolescentes. “Ainda não temos registros de pessoas realmente envolvidas com o desafio. No entanto, orientamos que os pais tenham acesso às redes sociais e verifiquem até mesmo alguma mudança de comportamento. Pedimos que façam uma revisão com intuito de retirar dados pessoais como nome, endereço, coisas que facilitam o acesso à rotina familiar. Os jovens são aliciados através de informações que eles compartilham”, alertou.

O chefe do 4° departamento de Polícia Civil, Carlos Roberto da Silveira Costa, aconselha aos jovens vinculados ao jogo que conversem com seus pais e procurem a polícia. “É necessário que os pais prestem atenção no comportamento dos filhos e ocorrendo qualquer mudança, deve conversar. As crianças acham que veem entretenimento e acabam caindo em armadilhas”, finalizou.




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