Decidi começar a coluna desta semana parafraseando uma música da cantora Sandy, que resume um pouco o momento que estou vivendo. Pois é, a pessoa que vos escreve encara uma realidade nova: a de chegar aos 30 anos.Neste momento, me sinto “jovem pra ser velha e velha pra ser jovem”.

Por longos meses, fiquei pensando no que esse número iria representar. Bateu aquela sensação de que agora sou oficialmente adulta, de que os erros da juventude não têm mais lugar e que, por mais que minha idade mental queira ser eternamente a de uma menina, o mundo me encara de outra forma.

Fiz balanços mentais e relembrei os desejos da garota que era aos 20. Naquela época, imaginava que aos 30 estaria casada, morando em uma casa com jardim e cuidando dos filhos (sintam a pressão do plural). Pensava em já estar concursada, com a vida estabilizada, do jeito que mostram algumas revistas que exemplificam o que seria uma mulher “realizada”.

Contudo, será que os planos feitos há dez anos cabem nos sonhos que tenho hoje? Na época, a possibilidade de morar fora de Juiz de Fora, de certa forma, provocava medo. Fazer um mestrado, dar aulas, se expor em uma coluna? Nãooo! Sempre fui muito tagarela, de riso fácil, mas reservada e até tímida na vida pessoal. Escrever sobre meus desafios, compartilhar inseguranças e levar na esportiva os tombos da vida tornaram-se um exercício de autoconhecimento, uma forma de procurar quem realmente sou. E não é porque os projetos de vida foram mudando que minhas ambições anteriores se foram. Elas apenas aguardam o momento certo de aflorarem.

Os 30 vieram com pontos positivos e outros que preciso aprender a trabalhar. Se por um lado perder uns quilinhos já não é mais tão fácil (o metabolismo resolveu ser mais maduro também), receber elogios, críticas ou toques tornou-se mais fácil, sem toda aquela“encanação”.Posso me dar ao luxo de não ser perfeita, semdesenvolver uma gastrite por isso.

Hoje, aprendo diariamente a me aceitar como sou, com minhas falhas e ansiedades, tendo a certeza de que tudo tem o momento certo para acontecer. E sou eternamente grata por tudo que conquistei e, principalmente, pelas pessoas que tenho ao meu redor. Talvez, se meu destino tivesse sido escrito de outra forma, não conheceria pessoas tão incríveis e nem seria amada como sou.Provavelmente, aos 30 minha maior descoberta tenha sido de que o amor é o tônico da nossa existência, seja ele pela vida, amigos, família, parceiros, carreira… É esse amor que me faz conciliar todos os meus sonhos.Por fim, percebo que não estou no lugar em que idealizei e, sim, no que deveria estar. Até a próxima.




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