Sindicato se posiciona contra ação da polícia no caso entre médica e mãe de paciente

O caso de desentendimento entre uma médica de 48 anos do Pronto Atendimento Infantil (PAI) e uma adolescente de 16 anos, mãe de uma criança de 4 meses, gerou polêmica e revoltou o Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Região. A confusão teria começado após a jovem ter levado o seu bebê na tarde dessa segunda-feira, 17, para uma consulta e não ficar satisfeita com o atendimento médico prestado. As informações também dão conta que a que a profissional teria sofrido ameaças de ser esfaqueada pela mãe, além de uma suposta agressão mútua.

Porém, o que indignou mesmo o Sindicato foi à forma com que a Polícia Militar (PM) abordou a médica, segurando o seu braço e conduzindo-a coercitivamente para prestar depoimentos. Para o presidente da instituição, Gilson Salomão, a PM agiu com certa truculência. “Nessa segunda-feira, tristemente, acompanhamos a situação de uma colega médica que foi agredida dentro do seu local de trabalho. O pior foi à atuação da PM que conduziu de forma truculenta a profissional que era a única trabalhando no local”, comentou.

REFORÇO NA SEGURANÇA

Salomão destacou, também, que o reforço na segurança dos profissionais da saúde foi debatido em uma reunião com as autoridades no mês de março. Além disso, um estudo foi realizado pela PM, a fim de identificar as regiões mais problemáticas. O encontro contou com a presença do Comandante da Polícia Militar, Coronel Alexandre Nocelli, representantes da Polícia Civil e Guarda Municipal, além do secretário de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), José Armando Pinheiro da Silveira. “Um fato preocupante e que chamou atenção foi que um mês após a reunião com as autoridades, esse incidente ocorreu. Achamos que tudo se encaminharia para garantir a segurança. No entanto, observamos que as medidas adotadas não estão sendo eficazes”, reforçou.

O responsável explicou, ainda, que entrou em contato com a Sesuc e que espera os esclarecimentos quanto à conduta do policial envolvido na situação. “Estamos aguardando e monitorando”, ressaltou.

AGRESSÃO MÚTUA

A assessoria da PM comunicou por nota que verificou no local que as agressões foram mútuas. Ainda, segundo a nota, a adolescente envolvida, estaria com lesões corporais que foram provocadas pela médica. Além do mais, durante o atendimento da ocorrência, a guarnição presenciou a adolescente proferindo ameaças de morte contra a médica.

Diante dos fatos, foi dada voz de prisão à médica pela agressão na adolescente. Do mesmo modo, a adolescente também foi apreendida pela agressão e ameaça contra a profissional. Conforme as informações, houve a necessidade de conduzir a médica, contra sua vontade, à delegacia, visto que ela se recusava a deslocar ao local voluntariamente. Neste momento ocorreu o contato físico entre ela e o militar.

A assessoria, ainda, informou que tanto a profissional, quanto o Sindicato dos Médicos, podem procurar o 2º batalhão da PM na delegacia de Santa Terezinha para registro de queixa com relação à suposta truculência do policial. As informações serão apuradas pelo processo administrativo que vai analisar se a abordagem foi correta ou não.

PJF

Em nota, a Secretaria de Saúde (SS) informou que repudia veementemente qualquer tipo de violência contra seus funcionários e lamenta o ocorrido. A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) está acompanhando o caso de perto e aguarda a apuração dos fatos, para tomar as providências cabíveis.




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