Governo deve cerca R$1,6 bi à saúde de Minas Gerais

Parte do déficit de investimento na saúde pode ser explicada pela dívida do Estado com os municípios mineiros, somada em quase R$1,6 bilhão. O valor, divulgado pelo Conselho de Secretarias Municipais de Minas Gerais (Cosems) no final de março, é relativo à falta de repasses do governo estadual para as 853 cidades mineiras. De acordo com o relatório, somente para Juiz de Fora, o governo deve mais de R$35 milhões. O levantamento foi realizado com base em resoluções e deliberações assinadas pelo Governo do estado de 2013 para cá.

CONFIRA OS VALORES:

Juiz de Fora
Vigilância em Saúde R$3.314.756,40
Assistência Farmacêutica R$2.601.928,00
Atenção Básica R$8.627.761,00
Gestão R$126.167,05
Média e Alta Complexidade R$20.245.773,43
Investimento R$246.000,00
TOTAL
R$35.562.385,88

Com os atrasos de repasse a todas as 37 cidades da região de Juiz de Fora, definida pelo Cosems, a dívida é de quase R$55 milhões.

Cidades
Andrelândia R$945.746,17
Aracitaba R$257.524,01
Arantina R$233.743,66
Belmiro Braga R$228.618,30
Bias Fortes R$259.356,41
Bicas R$901.764,96
Bocaina de Minas R$370.181,22
Bom Jardim de Minas R$779.755,63
Chácara R$208.640,48
Chiador R$259.084,07
Coronel Pacheco R$260.414,72
Descoberto R$290.287,86
Ewbank da Câmara R$475.106,74
Goianá R$190.209,49
Guarará R$309.213,24
Liberdade R$275.147,27
Lima Duarte R$1.730.703,49
Mar de Espanha R$574.375,36
Maripá de Minas R$204.600,95
Matias Barbosa R$1.534.840,91
Olaria R$242.300,82
Oliveira Fortes R$285.868,40
Passa-Vinte R$195.419,68
Pedro Teixeira R$384.685,56
Pequeri R$436.220,00
Piau R$216.937,31
Rio Novo R$743.620,26
Rio Preto R$611.240,09
Rochedo de Minas R$276.705,99
Santa Bárbara do Monte Verde R$207.055,06
Santa Rita de Jacutinga R$335.489,70
Santana do Deserto R$251.399,31
Santos Dumont R$2.325.963,06
São João Nepomuceno R$1.974.941,00
Senador Cortes R$186.145,83
Simão Pereira R$308.332,60
TOTAL
R$54.834.025,49

 

Confira o valor da dívida com outros municípios da Zona da Mata:
Cidades
Além Paraíba R$2.970.003,25
Barbacena R$12.507.927,99
Cataguases R$5.216.448,17
Leopoldina R$4.906.194,67
TOTAL
R$25.600.574,08

 

COBRANÇA

Em encontro entre deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o secretario de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz, foi destacada a necessidade de atuação suprapartidária para fortalecer a pasta e garantir mais recursos no próprio governo estadual.

Os parlamentares estiveram com o secretário na tarde de terça-feira, 11, e relataram dificuldades e até risco de fechamento de vários hospitais do Estado.
Carlos Pimenta (PDT), presidente da comissão, falou sobre as dificuldades financeiras na área e citou levantamento feito pelo Cosems. “Há programas em andamento. Esse atraso nos preocupa”, ponderou o parlamentar.

O secretário assumiu que há uma dívida, mas argumentou que nem tudo apontado pelo levantamento está em atraso, já que alguns valores, por exemplo, referem-se a incentivos e, portanto, não têm prazo para repasse. “O Cosems está em processo de eleição e há números do levantamento que não são reais”, afirmou.

Sávio Souza Cruz enfatizou, ainda, que os números da dívida são maiores porque o atual governo tem efetivamente empenhado 12% da Receita Corrente Líquida para a saúde, como determina a Constituição. Como não há recursos para o pagamento dos empenhos, cria-se a dívida, explicou o secretário.

Ele acrescentou que a pasta tem menor comprometimento orçamentário com folha de pessoal, em comparação a outras secretarias, o que torna seus recursos mais vulneráveis a cortes. “Em 2016, tivemos R$150 mil a menos por mês, em relação a 2015”, afirmou. O atraso médio de 270 dias com fornecedores é outra dificuldade, completou Sávio Souza Cruz.

“Independentemente de problemas técnicos, o levantamento do Cosems dá concretude ao que nós, deputados, temos sentido no dia a dia”, contrapôs o deputado Antônio Jorge (PPS).

PRESTAÇÃO DE CONTAS

A comissão também reforçou o convite ao secretário para comparecer à ALMG e fazer a prestação de contas relativa ao terceiro quadrimestre de 2016, conforme determinação legal. A intenção é que o convite seja estendido ao secretário de Fazenda, José Afonso Bicalho, já que a parte mais sensível da saúde diz respeito à falta de recursos.




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