Secretaria de Saúde confirma a morte de mais dois macacos

A Secretária de Saúde de Juiz de Fora, Elizabeth Jucá, confirmou que dois macacos foram encontrados mortos nos arredores do Parque da Lajinha, zona Sul. “Nós achamos os animais nessa segunda-feira. Um apresentava sinais de envenenamento e o outro tinha vestígios de trauma. Como em todos os casos, estamos realizando o processo de bloqueio, por isso, o parque foi fechado”, explicou a secretária, que ressaltou que o local estará interditado até o resultado do exame laboratorial.

Juiz de Fora já encaminhou 38 macacos para análise laboratorial. O município recebeu apenas três resultados. Um deles, positivo, confirmou a infecção de um animal encontrado morto no bairro São Pedro. Os outros dois resultados foram negativos. “Os macacos foram encontrados em quase todas as áreas da cidade. Toda vez que encontramos um animal, nos antecipamos e fazemos o bloqueio das áreas para prevenir”, falou Elizabeth. Ela esclareceu que a decisão de fechamento do parque partiu desse pressuposto.

“A maioria desses macacos foram encontrados com sinais de envenenamento, trauma e, às vezes, tiro. Reforçamos à população que não maltrate-os ou mate-os porque eles são sinalizadores e nos mostram onde agir”, ressaltou a secretaria.

O secretário de Meio Ambiente, Luís Cláudio Santos Pinto, frisou que matar animais silvestres é crime ambiental. “Matá-los não só atrapalha o trabalho de prevenção, pois são mais macacos que precisam ser analisados. O responsável corre o risco de responder por crime ambiental”, falou Santos. “Os primatas não podem ser vistos como vilões, e sim aliados. A população deve se conscientizar disso”, acrescentou.

AÇÕES

De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Rodrigo Almeida, com o primeiro caso de epizootia na cidade registrado, a pasta realizou um plano de vacinação e bloqueio em toda a área rural da cidade. “São 14 comunidades rurais e realizamos ações de prevenção em todas elas, além da análise dos cartões de vacina. O trabalho foi imenso, mas diferente dos outros municípios que registraram os casos na zona Rural”, disse.

Almeida ressaltou que os casos registrados em humanos estão ligados ao ciclo silvestre da doença. “Por isso, decidimos pelo fechamento do parque, pois, por exemplo, uma pessoa pode decidir caminhar pela mata do parque”. O local recebe, em média, mil pessoas no final de semana e, durante a semana, em torno de 100 pessoas.

TRANSMISSÃO

De acordo com a gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Michele Freitas, no Brasil não há registro de transmissão de febre amarela pelo mosquito Aedes aegypti desde a década de 1.940. “Mesmo que os casos que estão acontecendo no país sejam do ciclo silvestre, temos feito um trabalho de bloqueio do vetor Aedes aegypti, pois nossa preocupação é a reurbanização. Independente do resultado laboratorial, o trabalho está sendo feito”, esclareceu.

Segundo a especialista, o bloqueio do vetor dentro das matas é proibido. “Diferente do Aedes, o haemagogus e o sabethes gostam do ambiente silvestre e não vêm para a cidade. Mesmo com a vinda de macacos para a cidade, não há riscos de transmissão”, falou Michele. “O homem, por lazer ou a trabalho adentra a mata, e assim, o mosquito que infectou o animal pode transmitir a doença para o ser humano”, acrescentou.
A cidade ainda não possui caso suspeito da doença em humanos.

VACINAÇÃO

De acordo com a secretária, a cobertura vacinal do município é boa. “A vacina da febre amarela faz parte do calendário nacional de vacinação. Nós saltamos de 82% de cobertura para 138%. Foi eficiente e, ao todo, 180 mil pessoas foram vacinadas. Nós vamos nos esforçar para que o Estado nos dê o resultado o mais rápido possível para reabrir o parque”, finalizou.




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