Sedecom analisa reclamações sobre aumento nas contas da Cesama após troca de hidrômetro

O Serviço de Defesa do Consumidor (Sedecon) da Câmara Municipal tem recebido diversas reclamações de consumidores, que após a troca de hidrômetros realizados pela Cesama, tiveram aumento em sua conta de água. O órgão de defesa do consumidor alegou que recebeu mais de 15 queixas somente neste mês.

De acordo com o Diretor de Desenvolvimento e Expansão da Cesama, Marcelo Mello do Amaral, a troca dos equipamentos é algo previsto tecnicamente e são seguidas as recomendações do Inmetro. “O hidrômetro é um equipamento que tem partes móveis. Com o passar do tempo, essas peças se desgastam e o aparelho começa a perder a capacidade de medição. O Inmetro recomenda que a cada cinco anos o aparelho seja substituído”, explicou. “A troca é uma previsão normal. Procuramos trocar a cada ano cerca de 20% do conjunto de hidrômetros da cidade”, completou.

Segundo o Sedecom, com a alteração dos dispositivos, os consumidores tiveram um aumento de 50% a 80% no consumo de água, refletindo diretamente na renda familiar. O diretor de desenvolvimento da Cesama justificou esse aumento. ”Na verdade, toda vez que trocamos o hidrômetro, o usuário percebe uma variação no consumo. Principalmente, por estar com o hidrômetro velho, a mais de cinco anos. Com isso, o equipamento mede menos. Quer dizer: Se ele gasta 1 m³ por mês, esse hidrômetro pode estar lendo, 0,9 m³, 0,85 m³. No mês em que trocamos a ferramenta e ajustamos, de acordo com o Inmetro, ele passa a ler corretamente. Então, essa variação gera o acréscimo no valor da conta, ou seja, a cobrança justa pelo que ele consumiu”, reforçou.

O Sedecom confirmou que as audiências entre empresa e os consumidores, com o objetivo de analisar e esclarecer a situação, foram marcadas para a próxima semana. O responsável pela Cesama esclareceu, ainda, que nesses encontros a companhia demonstrará para os usuários que o valor cobrado, em muito dos casos, é o valor real que o cliente tem de pagar. Amaral destaca, também, que a empresa está disposta a chegar a um acordo e resolver a situação.

PROBLEMAS COM HIDRÔMETROS ANTIGOS

Segundo o diretor, vários problemas causados pelos hidrômetros antigos são sanados com a troca. Amaral explica que os aparelhos desatualizados costumam não identificar, por exemplo, vazamentos, que o dispositivo moderno indica, o que também pode influenciar no aumento do consumo.

Nestes casos, o regulamento da Companhia prevê que se o consumidor percebe e declara que existe o vazamento, é possível revisar a conta, fazendo com que seja cobrado somente o valor da água.

O coordenador do Sedecon, Nilson Ferreira Neto, destacou que se houver um acordo entre ambas as partes ou for constatado um erro por parte da Cesama, este será resolvido. Caso haja necessidade, o consumidor será encaminhado para o judiciário. ”O Juiz determinará a possível realização de perícia para verificar se há falha no serviço ou apenas adequação no consumo da família”, acrescentou.

O coordenador orienta, também, que as pessoas que se sentirem lesadas após a troca dos hidrômetros, primeiramente, devem procurar a Cesama ou a Agência Reguladora de Serviço de Abastecimento de Água e de Esgoto Sanitário de Minas Gerais (Arsae) e solicitar uma nova aferição. Caso o problema persista, o Sedecon disponibiliza atendimento aos consumidores que se sentirem lesados. Os serviços funcionam na sede da Câmara Municipal, na Rua Halfeld.




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